‘Lista suja’ do trabalho escravo tem 10 pessoas e empresas acusadas em MT

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A chamada Lista Suja do Trabalho Escravo, atualizada nesta quarta-feira (5) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), tem 289 empregadores acusados de submeteram pessoas a condições análogas à de escravidão. Dez pessoas físicas e jurídicas de Mato Grosso integram essa lista.

São empresas e empresários acusados de submeter, pelo menos, 33 pessoas a condições análogas à de escravidão no Estado. A atualização da lista acontece em abril e outubro de cada ano.

Desta vez, foram acrescentados 132 novos nomes ao documento, maior atualização registrada desde 2017, quando a lista voltou a ser publicada.

Iniciada em 2004, com publicação semestral, a divulgação sofreu impasses nos governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL).

A divulgação chegou a ser suspensa de 2014 a 2016, até que uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a constitucionalidade da lista. Antes desta quarta, a relação tinha 174 nomes.

A nova atualização inclui decisões das quais não cabem mais recurso de casos de trabalho escravo identificados pela Inspeção do Trabalho entre os anos de 2018 e 2022.

“Estar na lista suja significa que o empregador submeteu trabalhadores à condição análoga à de escravo e o governo brasileiro reconheceu isso por meio da inspeção do trabalho”, explica o chefe da Divisão de Fiscalização para a Erradicação do Trabalho Escravo (Detrae) Maurício Krepsky.

Do total de nomes na lista suja, a grande maioria é de pessoas, físicas ou jurídicas, em zonas rurais. Dos 289 registros, 162 foram feitos em fazendas, 23 em sítios e 5 em chácaras.

De acordo com Maurício Krepsky, esses números são apenas mais uma confirmação de que o campo lidera os casos de trabalho análogo à escravidão.

De 1° de janeiro a 22 de março deste ano, 837 pessoas foram resgatadas dessa situação em zonas rurais, representando 91% do total de vítimas.

Já em todo o ano de 2022, os casos de trabalho escravo no campo foram cerca de 73% dos registros, segundo levantamento do MTE.

As atividades em que mais foram encontradas vítimas foram o cultivo de cana-de-açúcar, atividades de apoio à agricultura, produção de carvão vegetal, cultivo de alho e cultivo de café, somando 1.186 trabalhadores resgatados.

Veja a lista de empresas e empresários acusados em MT:

– A.C.F – Fazenda Sonho do Mineiro, Itaúba (dois funcionários foram vítimas).

– A.L.M – Fazenda Santa Rita, Santa Carmem (sete funcionários foram vítmas)

– C.A.R.D – Alpão Com Maquinário Para Produção De Tijolos, Nossa Senhora Do Livramento (um funcionário foi vítima).

– C.V.O – Garimpo da Fazenda Chumbo Grosso, Mundo Novo (dois funcionários foram vítimas).

– Construtora Portal Ltda – Granja Battisti, Tangará Da Serra (14 funcionários foram vítimas).

– M.C.R.L – Bairro Dom Aquino, Cuiabá (uma funcionária vítima).

– M.F.D – Obra Residencial no Condomínio Morro dos Ventos, Chapada dos Guimarães (dois funcionários foram vítimas).

– O.A.B – Chácara, João Carro, Chapada Dos Guimarães (um funcionário foi vítima).

– R.R – Fazenda Três Poderes, Guarantã Do Norte (um funcionário foi vítima).

– U.C.S – Carvoaria Juscelino/Carvoaria do Antonio, União do Sul (dois funcionários foram vítimas).

Fonte: Diário de Cuiabá