Laudo aponta sofrimento psíquico de jornalista e sugere retirar tornozeleira

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Um laudo emitido pela Divisão de Psicossocial do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) aponta que a jornalista Nildes de Souza, de 37 anos, encontra-se em sofrimento psíquico após confusão a confusão ocorrida no dia 11 na Praça Popular, em Cuiabá. Na ocasião, a jornalista discutiu com um policial militar, jogou cerveja no rosto dele, foi abordada pelos militares e seguranças do estabelecimento e acabou presa.

Posteriormente à confusão, constatou-se que ela teria agido em defesa de uma mulher que era ex-esposa do militar e estaria sendo ameaçada e intimidada por ele. Dias depois da prisão da jornalista a ex-mulher do cabo da Polícia Militar, pivô do conflito, também registrou boletim de ocorrência contra ele e confirmou que o militar estava fardado no local a intimidando e ameaçando.

O caso ganhou uma repercussão deixando Nildes exposta na mídia por outras confusões que ela já tinha se envolvido anteriormente. Situações registradas também depois da confusão no bar passaram a ser registradas, inclusive por populares que a reconhecia em locais públicos, faziam fotos e vídeos e viralizavam em aplicativos e grupos de WhatAapp.

O laudo é assinado pelo psicólogo Rafael Pinheiro Busatto e pela assistente social Claudia Inez Galdino. No relatório, a equipe sugeriu que a Justiça analise a possibilidade da retirada da tornozeleira eletrônica de Nildes, com intuito de não prejudicá-la social e emocionalmente.

A tornozeleira foi instalada pelo prazo de 90 dias por determinação da juíza Ana Graziela Vaz de Campos Alves Corrêa, do Núcleo de Audiências de Custódia de Cuiabá, logo após a jornalista ser submetida à audiência de custódia em decorrência da prisão na noite do dia 11 deste mês. Segundo a magistrada, a a mulher foi debochada com ela e com o promotor de Justiça que acompanhava a situação.

Também consta no laudo emitido pelo próprio Poder Judiciário que a jornalista pretende se mudar para Cuiabá para iniciar um novo emprego Na Capital, ela conta com apoio da sua tia Geralda e da irmã Lívia.

“Nildes se encontra neste contexto fragilizado e com grande potencial estressor, esta equipe sugere que ela faça um acompanhamento em um aparato institucional oficial da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), como rege a lei Nº10.216/2001, como o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), dentro da linha de ação em saúde mental, para que seja acompanhada por uma equipe multiprofissional e que possa, com autonomia, desenvolver juntamente com a equipe um Projeto Terapêutico Singular que se identifique e se aproprie para que possa desenvolver tecnologias próprias para lidar com as suas questões considerando o seu quadro clínico e com esta manutenção, elaborar e assimilar as suas vivências de modo menos angustiante e logo, de modo mais saudável” diz trecho do documento.

Nildes passará a ter acompanhamento psicoterapêutico, pela equipe multidisciplinar, formada por psiquiátrico e de outros profissionais disponíveis e que julgarem necessários.

Fonte: Folhamax