A Justiça de Mato Grosso reduziu 23 dias da pena do padre Nelson Koch, condenado a 48 anos de prisão pelos crimes de estupro, estupro de vulnerável e importunação sexual contra três adolescentes.
A decisão, assinada pelo juiz Rafael Depra Panichella, da 1ª Vara Criminal de Sorriso, leva em conta os dias de trabalho prestados por Koch para uma empresa de pré-moldados da cidade, durante o cumprimento da pena.
Ele foi autorizado a trabalhar no local por decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, no ano passado.
Conforme a Lei de Execução Penal, o condenado tem direito à remição de um dia da pena para cada três dias de trabalho.
No caso de Koch, foram computados 67,5 dias de atividades laborais entre os meses de dezembro de 2024 e fevereiro de 2025. Dividindo-se esse total por três, chegou-se aos 23 dias de pena a serem abatidos.
O magistrado também determinou a elaboração de um novo cálculo de liquidação da pena, atualizado com os dias remidos.
“Assim, considerando que a remição penal está em consonância com as diretrizes insculpidas na Lei n. 7.210/84, art. 126, §1°, inciso II, declaro remidos 23 dias, razão por que determino, ainda, a elaboração de novo cálculo de liquidação de pena devidamente atualizado”, decidiu o magistrado.
Em decisão anterior, o padre já havia obtido a remição de 32 dias referente aos meses de agosto a novembro de 2024, também pelo desempenho de atividades laborais.
O caso
A investigação contra o padre começou depois que a mãe de um adolescente de 15 anos procurou superiores da igreja e relatou que o filho sofria abusos sexuais.
Em seguida, ela procurou a Polícia que iniciou a investigação que resultou em pedido de prisão contra Nelson Koch, em 2022.
Ele foi solto por decisão do Tribunal de Justiça 4 dias depois, teve nova ordem de prisão decretada ao fim do inquérito policial, e foi novamente preso naquele ano.
A investigação apontou que os adolescentes recebiam ameaças veladas do padre, que em um dos casos falou que se fosse denunciado causaria mal aos primos da vítima que frequentavam a paróquia, avisando que era pessoa “influente”.
Além de depoimentos das vítimas, a Polícia Civil obteve vídeos, apresentados por elas, que apontam as situações de abuso, inclusive que mostram um dos garotos sendo levado pelo padre até um banheiro.
Ao ser preso, em conversa preliminar, o padre afirmou ao delegado Sérgio Ribeiro que todos os relacionamentos que manteve com os jovens foram com consentimento deles. Mas lamentava o fato de ter que deixar de ser padre em decorrência das acusações e que queria ter preservado a igreja. (Fonte: Midianews)