O juízo da 2ª Vara Criminal de Cuiabá determinou a transferência do detento Sandro da Silva Rabelo, conhecido como “Sandro Louco” à Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná. A decisão é do dia 31 de março e atende um pedido da Secretaria de Segurança Pública (Sesp).
Sandro é o principal líder da facção criminosa Comando Vermelho (CVMT) em Mato Grosso. Ele está recluso na Penitenciária Central do Estado (PCE) desde final de maio de 2019 após deixar a Catanduvas. Agora, menos de um ano, o criminoso volta ao Sul do país para cumprir a sua pena.
A transferência de Sandro teria sido pedida após o criminoso ser apontado como o líder de duas tentativas de fuga da PCE em menos de quatro meses. A primeira aconteceu em dezembro de 2019. Enquanto que a segunda, ocorreu no dia 11 de março deste ano.
Na tentativa deste ano, detentos serraram grades das celas do Raio 5 onde encontra-se as principais lideranças da facção criminosa no Estado, incluindo Sandro. Durante a tentativa, os presidiários serraram grades. Além disso, policiais penais acreditam que já havia veículos na parte exterior da penitenciária para dar fuga ao líder do grupo.
“Após levantamento da equipe de Inteligência da Polícia Penal, verificou-se uma possível fuga no Raio 05, desta forma, as equipes da Penitenciária Central juntamente com a equipe do GIR realizaram revistas minuciosas no referido raio. Logrando êxito na descoberta de várias celas cerradas […]. E que na data de ontem 11/03/2020 em revista no Raio 05A03, onde estavam alocados os reeducandos Sandro da Silva Rabelo e Leonardo dos Santos Pires. Diante do fato, os reeducandos foram realizados em outro local e o cubículo fora isolado para que a Politec realizasse perícia técnica no local”, diz trecho da decisão.
A 2ª Vara, ao analisar o pedido, decidiu pela instauração do instituto do “juiz sem rosto”. Ou seja, quando o magistrado não é identificado.
Por meio do sorteio de três juízes formaram o colegiado e a decisão, não unânime, foi pela transferência de recuperando Sandro de forma emergencial a uma das unidades penitenciárias federais.
A decisão aponta que a PCE é uma unidade “frágil” e que está desprovida de segurança.
“Diante do exposto, considerando a fragilidade do sistema prisional deste Estado, que está desprovido de segurança compatível com periculosidade do ora apenado e, tendo em vista o tráfico de influência que exerce ante aos demais sentenciados, em consonância com o parecer ministerial, por maioria, acolhemos o pedido formulado pela Secretaria de Segurança Pública”, diz outro trecho da decisão.
Condenações
Sandro Louco foi condenado à pena unificada de 205 anos e nove meses de reclusão pela prática dos crimes de desacato, falsificação, roubo, homicídio, latrocínio, sequestro e cárcere privado e posse ou porte de arma de fogo. Sua progressão de regime pode acontecer apenas a partir de 20 de junho de 2047. Até lá, o criminoso segue no regime fechado.
Sandro Louco
O último crime de Sandro, que pertencia ao Primeiro Comando da Capital (PCC) antes de liderar o Comando Vermelho, foi um latrocínio em Goiás. Ele fugiu de Mato Grosso para lá após conseguir sair da cadeia pela porta da frente, durante uma rebelião na Penitenciária Central do Estado.
Apesar de negado pela própria facção, as investigações da Polícia Civil apontam que o Comando Vermelho de Mato Grosso (CV-MT) é uma filial “independente” da facção criminosa Comando Vermelho do Rio de Janeiro, que na década de 1990 foi uma das organizações mais poderosas do “mundo do crime”.
Fonte: Hipernotícias