A juíza da 7ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça (TJMT), Ana Cristina Silva Mendes, manteve a condenação de Jonas Souza Gonçalves Júnior, o “Batman”, apontado como um dos líderes do Comando Vermelho em Mato Grosso. Ele foi condenado a 14 anos e 9 meses de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro em favor da facção criminosa.
A decisão da juíza é do dia 14 de março de 2022. A defesa do faccionado alega nos autos que um outro processo que tramita no Poder Judiciário de Mato Grosso já apura os fatos da ação que culminou na condenação.
Ao analisar o caso, a juíza esclareceu, entretanto, que a condenação de 14 anos e 9 meses refere-se a práticas de lavagem de dinheiro em favor do “Comando Vermelho”. Já o outro processo apontado pelo faccionado versa sobre o tráfico de drogas.
“Vê-se, portanto, que as circunstâncias em que levaram o Ministério Público a oferecer a denúncia em desfavor de Jonas Souza Gonçalves nos autos nº 43673-07.2018.8.11.0042, em nada coincidem com os fatos descritos na ação penal nº 28580-43.2014.8.11.0042. Em caso semelhante já se manifestou o Supremo Tribunal Federal assentando que, embora o fato seja único, se as imputações criminais forem distintas, não há que se falar em litispendência”, explicou a juíza.
Red Money
Jonas Souza Gonçalves Junior é um dos alvos da operação “Red Money”, e foi preso pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), em agosto de 2018.
Ele é apontado nas investigações como um dos membros que estariam “lavando dinheiro” para a organização por meio da empresa J.J. Informática, da qual é proprietário.
A operação “Red Money” foi deflagrada em 2018 pelo Gaeco e investiga uma célula do Comando Vermelho que teria movimentado R$ 52 milhões em Mato Grosso.
Os fatos criminosos se referem às práticas de arrecadação e movimentação financeira da organização criminosa através de crimes cometidos por seus membros e integrantes, em especial a administração e o financiamento da venda de drogas, tanto na região metropolitana de Cuiabá, e Várzea Grande, como também no interior do Estado (Rondonópolis, Primavera do Leste e Alto Araguaia), além da cobrança de mensalidade entre os integrantes da facção.
Cerca de 50 veículos foram apreendidos na operação. O Gaeco indiciou 113 pessoas. Cerca de R$ 8 milhões em bens foram sequestrados pela Justiça.
Fonte: Midianews