O juiz Luís Augusto Veras Gadelha, da 5º Vara Criminal de Várzea Grande, concedeu liberdade provisória à empresária Ruana Sabrina Furtunato de Freitas, acusada de forjar o próprio sequestro para dar o “golpe do seguro”.
Ela havia sido presa em flagrante na quinta-feira (2) pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO). No entanto, o magistrado acatou, nesta sexta-feita (3), o pedido de habeas corpus feito pela defesa.
Em sua decisão, o juiz enumerou sete medidas cautelares que, em caso de descumprimento, pode ocasionar a revogação da liberdade provisória.
A empresária deve estar em casa, a partir das 23h, salvo para ocupação lícita; comunicar ao juízo qualquer mudança de endereço; comparecer a todos os atos da instrução criminal, nos quais sua presença for necessária.
Ela também está proibida de frequentar casas de reputação duvidosa, portar armas e fazer uso de entorpecentes; de se ausentar da cidade por prazo superior a 30 dias, sem prévio aviso; manter contato com eventuais testemunhas e de se envolver em outra infração penal.
Sem violência ou ameaça
No pedido de habeas corpus, a defesa argumentou que o crime imputado não foi praticado com violência ou grave ameaça, não havendo, assim, um risco social ou ao desenvolvimento do processo, caso a empresária permanecesse em liberdade.
Em sua decisão, o juiz levou em consideração que Ruana não tinha nenhum outro processo em seu nome e a garantia de que ela não apresentou indícios de querer tumultuar a instrução criminal ou se omitir à aplicação da lei penal.
“Em que pese à presença da materialidade e indícios suficientes da autoria, a consulta realizada no ‘Sistema SIAP’, não apontou a existência de qualquer processo contra a indiciada, circunstância que afasta a necessidade da manutenção da prisão para garantia da ordem pública, já que é mínima a probabilidade de voltar a delinquir, caso seja colocada em liberdade”, diz trecho da decisão.
Falso sequestro
Ruana foi ouvida na tarde de ontem na Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), após ser localizada em seu veículo na Avenida Arquimedes Pereira Lima (Estrada do Moinho), em Cuiabá.
Familiares e investigadores da Polícia Civil iniciaram uma força tarefa na manhã de quinta-feira, após ser marido denunciar que a empresária havia sido sequestrada ao sair para comprar bebidas em uma distribuidora.
O homem chegou a receber imagens em vídeo que supostamente mostravam a mulher encapuzada, sendo mantida em cárcere privado.
No final da manhã, a investigação apontou que a caminhonete Hillux estava na região do Coxipó.
Equipes da unidade foram ao local indicado e encontraram o veículo, sem a placa traseira, e conduzido pela, até então, vítima. Ela foi interceptada quando dirigia a caminhonete.
Em entrevista preliminar com os investigadores, a empresária entrou em contradição várias vezes. Conduzida à GCCO para prestar depoimento, ela acabou confessando, durante o interrogatório, que forjou o sequestro e o roubo do veículo.
“Ela contou ainda que o objetivo era comercializar a caminhonete no mercado clandestino e depois receber o valor do veículo da seguradora”, explicou o delegado Vitor Hugo Bruzulato Teixeira.
Fonte: Midianews