Jornalista envolvida em polêmicas em Cuiabá vai a psiquiatra e aceita passar por tratamento

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A jornalista Nildes Souza, de 37 anos, detida  duas vezes pela Polícia Militar na Praça Popular, em Cuiabá e flagrada brigando em um bar na região do Zero KM, em Várzea Grande, se consultou com um psiquiatra e decidiu aceitar o início do tratamento para auxiliar no seu problema. Em depoimento, ela afirmou que sofre de de transtorno de bipolaridade.

“Não estive presente, mas a irmã dela nos disse que ela aceitou ir até o psiquiatra. Ela se consultou com o dr. Gleisson Libardi, que também se colocou à disposição, de forma voluntária para ajudá-la, após a ponte que nós da Associação de Cabos e Sargentos fizemos”, explicou o presidente da categoria, 3º sargento Laudicério Aguiar Machado.

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A princípio, Nildes chegou ao local agitada, mas acabou se acalmando após conversar com o médico. Segundo a irmã, ela aceitou iniciar o tratamento e já deu início às medicações, o que deve ajudar no controle.

Laudicélio ainda explicou que foi o próprio policial militar envolvido na primeira ocorrência que solicitou à associação que oferecesse ajuda para o tratamento. “Queremos que ela responda pelos seus atos, mas antes disso é necessário que ela esteja bem, que faça o tratamento. Por isso ele nos pediu para que mediássemos”.

Comunicado sobre descumprimento de medidas cautelares por parte da jornalista, o juiz João Bosco Soares da Silva, da 10ª Vara Criminal de Cuiabá, requisitou manifestação do Ministério Público Estadual (MPE) antes de tomar decisão.

Segundo informado pela assessoria de imprensa do Poder Judiciário, o objetivo do magistrado é conversar com a família e descobrir quais as necessidades da monitorada. O juiz também disponibilizará a equipe multidisciplinar do Fórum de Cuiabá (assistente social e psicóloga) para que se identifique possíveis problemas.

A jornalista de 37 anos foi flagrada pela Polícia Militar, na noite de quarta-feira (13), em um bar na Praça Popular, em Cuiabá. Com tornozeleira eletrônica, ela não poderia estar no local. A mulher já havia sido detida na segunda-feira (11), quando jogou bebida no rosto de um PM e resistiu no momento de ser algemada.

“Poder Judiciário tem o Projeto Justiça Terapêutica e o próprio Juizado Especial Criminal (Jecrim), que podem auxiliar nos tratamentos necessários. O magistrado quer minimizar o risco social a que ela está exposta”, diz nota publicada pela assessoria de imprensa do Judiciário.

Posteriormente, em nova decisão, o magistrado determinou medidas destinadas a prevenir e mitigar riscos provenientes da situação de intensa exposição e risco social.

Conforme o juiz, não há possibilidade de se determinar prisão ou internação compulsória.

“Entendo inviável e absolutamente ilegal adotar contra a averiguada qualquer medida restritiva de liberdade, visto que os delitos e apuração, de pequena nocividade social, se ao final concretizarem condenação criminal, autorizarão, no máximo, a imposição de detenção, cujo regime inicial de cumprimento não implica prisão, não havendo sentido algum se falar em prisão, neste momento incipiente da persecução”, explicou.

O magistrado salientou que também é inviável a imposição de tratamento psicológico compulsório, “seja porque a lei assim não autoriza, seja porque esta medida já foi repudiada pela jurisprudência, seja porque não há, atualmente, estrutura adequada para tanto”.

Fonte: Olhar Direto