Jornalista diz que caso Isabele é um dos maiores absurdos jurídicos já protagonizados

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O jornalista e pré-candidato a vereador por Cuiabá, José Marcondes ‘Muvuca’, afirmou que o caso da adolescente Isabele Ramos, 14, morta por um suposto disparo acidental por uma amiga, é o maior dos absurdos jurídicos já protagonizados. Muvuca conheceu pessoalmente Patrícia Guimarães Ramos, mãe de Isabele.

“Figura centrada, inteligente e articulada, Patrícia sofre o aparente descaso das autoridades com a transparente tentativa de obstrução de justiça, ocultamento de provas e da inércia da lenta legislação… O que estão tentando fazer é o maior dos absurdos jurídicos já protagonizados por poderosos endinheirados”, diz o jornalista, em artigo.

Isabele foi morta no dia 12 de julho, dentro do Alphaville. Uma amiga da jovem declarou que enquanto mexia em uma das 7 armas encontrada dentro da casa, acabou atirando acidentalmente na amiga. Contudo, Patrícia considera o caso assassinato e diz que a morte da sua filha foi planejada (veja aqui).

Um laudo pericial concluiu que o tiro que matou a jovem não foi disparado acidentalmente, como sustenta a menor que disparou e que praticava aulas de tiro. Segundo o perito, houve o destravamento da arma e, portanto, não se pode dizer que o tiro foi acidental.

Para Muvuca, as brechas jurídicas do caso fazem com que os culpados consigam se livrar desse crime hediondo e premeditado.

“O tempo vai passando, advogados renomados são contratados, policiais amigos dos agressores surgem como preparadores de cenas do crime e os culpados tentam, usando brechas jurídicas, se safarem do hediondo crime cometido…. A sociedade somente assiste essa prática comum mas tão nefasta as vítimas impotentes”, declarou.

Veja o artigo na íntegra:

À DEUS ISABELE

A tragédia anunciada e o rastro de tristezas vivida hoje pela família de Isabele, comoveu a sociedade, nos colocou todos a refletir compartilhando da dor de sua mãe que conheci pessoalmente… marcas profundas em uma mãe dedicada e amorosa.

Figura centrada, inteligente e articulada, Patrícia sofre o aparente descaso das autoridades com a transparente tentativa de obstrução de justiça, ocultamento de provas e da inércia da lenta legislação… O que estão tentando fazer é o maior dos absurdos jurídicos já protagonizados por poderosos endinheirados.

O tempo vai passando, advogados renomados são contratados, policiais amigos dos agressores surgem como preparadores de cenas do crime e os culpados tentam, usando brechas jurídicas, se safarem do hediondo crime cometido…. A sociedade somente assiste essa prática comum mas tão nefasta as vítimas impotentes.

O uso de armas, tão debatido pela política, coloca em questão se sua eficácia no combate ao crime e proteção do cidadão tem validade, sentido ou necessidade de ser aplicado num país, onde a ignorância, o poder do dinheiro e a inércia das autoridades conseguirão administrar a propalada concessão.

Patrícia, testemunha viva de uma dor é ferida incuráveis, talvez seja a vítima de uma medida que foi eleitoreira, usada como plataforma política que seguidamente exaltou o uso indiscriminado de armas e a liberdade de posse… Seu único discurso materializa-se nessa tragédia em solo mato-grossense e dá início a discussões sobre sua aplicabilidade e riscos.

Isabele, a vítima com uma vida inteira pela frente, sonhos interrompidos, família desolada e ainda muito por esclarecer por seus algozes, provavelmente esteja lá em cima, ao lado de Deus, tentando com a arma que tem, talvez a mais eficaz, o amor incondicional que emana das lembranças de sua mãe, fazer com que a luz paire sobre os envolvidos, esclareçam a história mal contada e acalente o coração dessa mulher guerreira que agora só luta e quer que justiça seja feita para a paz de sua filha… É o mínimo que Patrícia e sua família merecem.

José Marcondes Muvuca, é jornalista, fiscalizador de políticos e suas ações, e um revoltado com injustiças.

Fonte: Muvuca Popular