O jogador mato-grossense Vanderson de Oliveira Campos, 21 anos, estreou pela Seleção Brasileira de Futebol no amistoso contra o Guiné no Estádio Cornellà-El Prat, em Barcelona, na Espanha, neste sábado (17).
Natural de Rondonópolis (212 km de Cuiabá), Vanderson entrou na partida aos 47 do segundo tempo, substituindo o jogador Danilo Luiz da Silva. Devido ao pouco tempo de jogo, o estreante não marcou nenhum gol. Ainda assim, a seleção venceu de 4 a 0, com gols de Joelinton, Rodrygo, Éder Militão e Vinicius Júnior.
O jogo que ocorreu como uma ação contra o racismo após Vinícius Júnior sofrer com ofensas na Espanha, marcou história, uma vez que foi a primeira vez que a Seleção jogou de uniforme preto. (RepórterMT)
Uma carreira de superação
Considerado um dos laterais mais promissores da Europa, Vanderson foi chamado pela primeira vez para a seleção brasileira pelo técnico Ramon Menezes, neste domingo.
Natural de Rondonópolis (MT), o jovem começou aos 12 anos na escolinha Vila Aurora com o técnico Sebastião Xavier, mas ficou sem jogar após o clube falir. Depois disso, não conseguiu ser aprovado em vários testes e quase largou o futebol.
“Fiquei uma semana no Londrina e no Santos e também fiz peneiras do Atlético-MG e do Fluminense. Aos 15 anos, pensei em parar e trabalhar para ajudar a família. Meu pai trabalhava numa construtora e minha mãe era empregada doméstica. Estava com a ideia de estudar e fazer outras coisas”, disse ao ESPN.com.br.
No entanto, o jovem recebeu uma chance de fazer uma avaliação no Rio Branco-SP por meio de um projeto que tinha Sandro Hiroshi como um dos responsáveis. Depois disso, passou a ser agenciado pelo ex-atacante de São Paulo e Flamengo.
Aprovado no time paulista, ele chegou como meia, mas foi deslocado para a lateral na disputa do Campeonato Paulista Sub-17 de 2018.
“Joguei o Paulistão sub-17 e fui muito bem. Teve um clássico que perdemos por 6 a 1 para o União Barbarense. A gente já estava eliminado e o time foi bem desfalcado, mas nunca podemos desistir porque sempre tem alguém nos olhando. Tentei algumas jogadas e várias equipes quiseram me contratar”, revelou.
Erivelton Lima, observador técnico da base do Grêmio, gostou do que viu e o levou para fazer testes no clube gaúcho.
“Nos primeiros seis meses eu fui me adaptando e aprendendo até conseguir assinar contrato. Nunca tinha ficado tanto tempo longe de casa e fiquei quase um ano e meio sem visitar a família. Saí do Mato Grosso e fui para o Sul, era tudo novo. Passei por muitas dificuldades, que me fizeram ficar mais forte. Você precisa passar pelos processos na vida”.
Ele jogou pelo sub-20 e se destacou na Copa São Paulo de Futebol Júnior até chegar ao time de transição gremista. Em 2020, ele subiu para completar os treinos do elenco profissional.
“Fui bem, o Renato gostou do que fiz e completei o banco de reservas contra o Cuiabá. Depois, voltei pra base e estreei contra o Atlético-GO dando assistência na vitória por 2 a 1. No meu segundo jogo já fiz um gol. Tive muita ajuda de todo elenco na minha subida, foram muito parceiros. Foi muito difícil para o Grêmio, mas cresci muito como profissional”.
Logo em seguida, Vanderson foi titular do Grêmio no segundo jogo da final da Copa do Brasil contra o Palmeiras, que sagrou-se campeão. Em 2021, ele se destacou, apesar do Grêmio ter sido rebaixado para a Série B do Brasileirão.
Neste período, teve conversas adiantadas com clubes de Inglaterra, Itália e Espanha, mas foi a oferta do Monaco que o encantou.
“Foi simples de escolher. É um projeto ambicioso e que ajuda a desenvolver os jovens talentos. A Liga Francesa vem crescendo muito e optamos pelo Monaco para dar esse primeiro passo na Europa”, disse.