Lélis Fonseca disse que fiscalização em seu restaurante era uma represália de Marco Polo Pinheiro
O empresário Marco Polo Pinheiro, irmão do prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (MDB), está pedindo uma indenização de R$ 50 mil ao empresário Lélis Fonseca, proprietário da Lélis Peixaria, por danos morais.
Em 14 de agosto deste ano, Lélis se desentendeu com fiscais da Secretaria de Ordem Pública de Cuiabá, e foi filmado por populares. No vídeo que viralizou nas redes, ele acusou os servidores de serem “desonestos”.
No outro dia, ao MidiaNews, o empresário afirmou que o ato foi uma represália política, por ser contrário à gestão do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). O empresário relatou uma situação envolvendo o irmão de Emanuel.
“Foi uma perseguição política por parte do Popó [Marco Polo, irmão de Emanuel Pinheiro], porque eu já fiz parte do grupo de Whats dele e por não concordar com as ideias, eu me retirei. Fiz algumas críticas ao grupo, que é extremamente político. E aí acontece isso comigo e eu fiquei extremamente chateado, mas vida que segue”, disse a reportagem à época.
Popó alegou na ação indenizatória que “não se pode acusar alguém de perseguição política e policial publicamente sem que haja uma prova concreta”.
Ação por danos morais
A ação, encaminhada no dia 18 de agosto à 11ª Vara de Direito Cível, é assinada pelos advogados Francisco Anis Faiad e André Ignotti Faiad.
Segundo a defesa de Popó, ele vem sofrendo prejuízos “inimagináveis” após a repercussão das falas do empresário.
“O autor está sofrendo críticas severas perante à sociedade e o prejuízo causado é inimaginável, o mesmo vem sofrendo retaliações, vez que sua reputação está sendo arruinada por ato criminoso do requerido”, consta em trecho.
Na ação, Faiad ainda requer a condenação de Lélis ao pagamento de honorários advocatícios no valor de 20% do valor da condenação. Afirmou ainda não ter interesse em realizar audiência de conciliação.
O outro Lado
À reportagem, o empresário Lélis disse desconhecer a ação. “Não sei nem do que trata. Colocarei minhas verdades assim que for intimado”, disse o empresário.
O caso
O empresário contou que naquele dia – a pedido de clientes – colocou seis conjuntos de mesas e cadeiras sobre a calçada em frente ao seu restaurante. Um tempo depois, dois carros da Polícia Militar e dois veículos com adesivos da Prefeitura de Cuiabá apareceram no local.
“Pela primeira vez eu coloquei seis mesas na calçada porque os clientes pediram, porque eu estava servido um chopp em minha Kombi, da minha cervejaria, que eu coloquei dentro do meu restaurante. E vieram fizeram todo esse escândalo comigo”.
“Infelizmente chegaram ao meu restaurante quatro carros com giroflex e sirenes ligados parecendo que estavam indo prender um bandido, um grupo de milícia ou algo assim. Deixaram todos os nossos clientes constrangidos”, completou.
Exaltado, Lélis se desentendeu com os fiscais da Prefeitura e chegou a acusá-los de serem desonestos. “Vocês só vão em quem é contra o paletó, você são desonestos como ele”, disse ele em vídeo.
Segundo a Prefeitura de Cuiabá, agentes de regulação e fiscalização, juntamente com agentes de trânsito da Secretaria de Mobilidade Urbana e policiais militares, realizavam ações para prevenção da Covid-19 na região da Avenida Lava Pés, no bairro Duque de Caxias, em Cuiabá.
Na ocasião, cinco trailers que vendiam comida foram fechados por não possuírem o termo de permissão de uso (TPU) e também por permitirem o consumo de alimentos no local, o que é proibido, por conta do momento de pandemia.
Ocorre que, durante a fiscalização, uma pessoa contou aos fiscais que a peixaria na esquina também estava com tenda e mesas na via pública. Os fiscais também foram até lá para notificar o proprietário, quando foram recebidos com gritos pelo empresário.
“Diante da postura agressiva do dono de restaurante, os fiscais ainda lavraram um boletim de ocorrência contra o mesmo, após o trabalho de fiscalização”, disse nota da Prefeitura.
Veja o Vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=f-Ztb4z6L8c
Fonte: MidiaNews, Vídeo: Hiper Notícias