Os membros da facção Comando Vermelho Jonnathan Mendes de Souza – conhecido como “Coelho” – e Rhian Jimenes de Oliveira – conhecido como “Índio” – foram condenados pelo Tribunal do Júri de Cuiabá, na quinta-feira (7), por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emprego de meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima) e por integrarem organização criminosa. Eles foram julgados por torturar e matar o taxista Douglas da Silva Dantas, em agosto de 2017, em um terreno próximo ao aterro sanitário, conhecido como “Lixão do Barreiro Branco”.
Jonnathan de Souza recebeu a pena de 29 anos de reclusão e pagamento de 30 dias-multa, enquanto Rhian de Oliveira foi condenado a 24 anos e seis meses de reclusão e 25 dias-multa. Os réus deverão cumprir a pena em regime inicialmente fechado e não terão direito a recorrer da sentença em liberdade. O promotor de Justiça Vinícius Gahyva Martins atuou na acusação durante o julgamento, que durou mais de dez horas.
Conforme a denúncia oferecida pelo Ministério Público de Mato Grosso, o crime foi motivado porque a vítima, taxista que traficava drogas na região do bairro Jardim Brasil, se negou a pagar mensalidade para a facção. “A vítima foi instada por integrantes do ‘Comando Vermelho’ a efetuar o pagamento de mensalidade, a fim de seguir exercendo a mercancia de drogas. Entretanto, negou obediência à ordem dada pela facção criminosa. Face à recusa da vítima, os integrantes da facção decidiram matá-la”, narra a denúncia.
Segundo o MPMT, a ação foi coordenada pelo denunciando Jonnathan, comandante do tráfico no bairro Jardim Brasil e apontado como um dos líderes financeiros da organização, que determinou ao denunciando Rhian e ao já falecido Kelves Gonçalves da Silva que matassem a vítima, de modo que servisse de exemplo a outros traficantes que viessem a recusar o adimplemento das mensalidades estabelecidas pela facção.
Para que a vítima não desconfiasse do plano, os denunciados ligaram para ela e encomendaram drogas. Chegando para fazer a entrega, Douglas Dantas foi rendido e conduzido ao lixão. “A vítima teve os punhos amarrados para trás e, antes de ser assassinada, foi fotografada e filmada pelo denunciando Rhian Jimenes Oliveira e por Kelves Gonçalves da Silva. Tal ação teve por objetivo demonstrar ao mandante do crime Jonnathan Mendes de Souza o êxito da empreitada criminosa, assim como difundir o delito praticado para enaltecer o poderio da facção e as consequências para os que não a obedecem”, relatou o promotor de Justiça na denúncia.
A execução “com requintes de crueldade” foi provocada por Kelves mediante golpes de instrumento cortante em diversas partes do corpo da vítima, especialmente no pescoço, gerando hemorragia e causando-lhe a morte. Após o crime, deixaram a vítima no local e fugiram.
Fonte: Olhar Direto