Imagens fazendo gestos com as mãos representando uma determinada facção criminosa baseiam a principal linha de investigação da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Cuiabá (DHPP) sobre a morte da rapper MC La Brysa. Seu corpo foi encontrado boiando no rio Cuiabá, no último dia 9, amarrado a uma lata cheia de concreto. A Perícia Técnica Oficial do Estado (Politec) concluiu que a jovem de 30 anos morreu por afogamento.
O delegado da DHPP Edson Pick, em entrevista ao vivo na manhã desta terça-feira (21), à TV Centro América, explicou como estão sendo conduzidas as investigações.
“Tem algumas imagens da rede social dela onde ela faz um gesto que uma facção criminosa utiliza como sinais dela. Então, a outra facção rival pode ter utilizado isso como uma afronta, tendo em vista que ela participava dessas batalhas, e eram excessivas, e achou como uma afronta e pode ter acontecido. É o que tá sendo investigado, que ela pode ter sido assassinada por esses gestos. Essa é uma linha de investigação da DHPP”,
Até agora, as pessoas ligadas à MC que moram em Cuiabá já foram ouvidas pela polícia. Conforme o delegado, ela não tinha muitas relações na cidade, em razão de estar morando há menos de um ano na Capital. O policial ainda explicou que está, neste momento, tentando traçar a rotina da vítima para descobrir inclusive em que dia ela desapareceu de fato.
“A gente está ouvindo as pessoas mais próximas da La Brysa, ela não tinha muitos amigos aqui em Cuiabá, devido a ter pouco tempo de residência aqui, praticamente 8 meses. E essas pessoas estão dando mais informações sobre a rotina dela, onde ela trabalhava, os lugares que ela frequentava pra gente tentar entender o que aconteceu com ela”, relatou.
Sobre a hipótese de crime passional, o delegado explicou que está descartada, tendo em vista a violência empregada no homicídio. “Ela era uma pessoa bem reservada, de poucos amigos. Todos eles já foram ouvidos e o crime passional foi descartado pela violência empregada. Estamos considerando um homicídio praticado por facção criminosa”.
Conforme Pick, a jovem estava pensando em retornar para Mato Grosso do Sul, sua terra natal, e ela já teria mencionado a intenção ao seu pai, em uma conversa nas vésperas do Ano Novo.
“Ela é natural de Três Lagoas e morou em Campo Grande e participava dessas batalhas de rap. Ela conheceu algumas pessoas aqui em Cuiabá que chamaram ela pra vir pra Cuiabá participar das batalhas. Nesse período, ela era frequente nessas batalhas. Em informações preliminares com o pai dela, quando eu conversei com ele, ele relatou que ela tinha intenção de voltar para Três Lagoas. Durante a conversa, ela falou que estava guardando dinheiro e queria voltar”.
La Brysa estava desaparecida desde o dia 3 de janeiro. Amigos acionaram a polícia após perderem contato e não encontrarem a vítima na casa em que ela morava, no bairro Santa Isabel.
O corpo da rapper foi encontrado no bairro Ribeirão do Lipa, às margens do rio Cuiabá, por um pescador. O homem arrastou o cadáver até a margem e acionou a equipe policial.
O cadáver estava enrolado por um tapete e amarrado a uma lata de tinta cheia de concreto.
Durante as diligências no local, a Polícia Civil confirmou que as características, como o cabelo e as tatuagens batiam com as quais a rapper tinha.
Fonte: Leiagora