Silvio Pimentel Martins, coordenador no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), explicou que bairros como Tijucal, Centro América, Pedra 90 e Parque Cuiabá não foram considerados favelas em sua totalidade. A classificação abrange pequenas áreas nos bairros devido à falta de infraestrutura, padrão urbanístico ou restrição da ocupação do solo.
A lista, que incluía os bairros considerados medianos na Capital, causou estranheza especialmente porque, além disso, não englobou áreas visivelmente precárias, como o entorno do Contorno Leste. De acordo com o IBGE, porém, a região ainda não foi mapeada, mas deve constar no próximo censo, em 2030.
Segundo o IBGE, os critérios usados no “Censo das Favelas” são insegurança jurídica da posse, ausência e oferta incompleta precária de serviços públicos ou padrão urbanístico irregular, ou restrição de ocupação do solo. Segundo o coordenador da base territorial do IBGE-MT, Silvio Pimentel Martins, os critérios são elaborados enviados da base do IBGE no Rio de Janeiro e em cada estado é definido junto as prefeituras dos municípios que áreas serão mapeadas no Censo.
“Eles fazem um trabalho no Brasil inteiro e é por isso que mandam para nós que temos particularidades regional e a gente precisa fazer essa avaliação. Então, com as prefeituras a gente consegue chegar em um consenso de quais áreas vão ser mapeadas. Mas, é feito um pré-estudo no Rio de Janeiro e passam para gente poder validar aqui no local”, explicou.
Além de Cuiabá, em Mato Grosso, as favelas ou comunidades urbanas estão espalhadas por Várzea Grande (6), Rondonópolis (3), Sinop (1) e Cáceres (1). Ao todo, mais de 81 mil pessoas vivem nesses territórios.
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FAVELA OU COMUNIDADE URBANA
Conforme explicou Mikael de Souza, não existe diferença entre favela ou comunidade urbana. A definição ocorreu após um encontro com representantes de todo o país. Antes, essas localidades eram definidas como “subnormal”.
“Isso já vinha incomodando as pessoas que habitavam essas regiões porque um dos principais questionamentos era essa definição subnormal. Eles [moradores] buscavam entender qual subnormal? Qual padrão urbanístico é considerado normal para uma área ou outra ser denominada subnormal? Então, o IBGE reuniu-se com órgãos, entidades, representantes do país como um todo e foi definida uma nomenclatura que hoje é definida como favela ou comunidade urbana. Junto da sociedade, entendeu-se que essa nomenclatura pode abarcar maior número de pessoas e satisfazer melhor a identificação dessas pessoas com essas áreas”, explicou. (HNT)