Hospital afasta médico após morte de arquiteta de 29 anos em MT

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Reprodução/Folhamax

O Instituto São Lucas, responsável pela gestão do Hospital Municipal Euclides Horst, em Campo Novo do Parecis, afastou o médico que realizou o parto da arquiteta Larissa Pompermayer Ramos, de 29 anos. Ela morreu nesta terça-feira (18), em Cuiabá, após complicações decorrentes de uma cesariana.

A Polícia Civil investiga o caso como “morte a esclarecer”. A morte gerou comoção e revolta no município.

Na tarde desta terça, familiares, amigos e moradores realizaram um protesto em frente ao hospital, cobrando investigação e responsabilização caso seja comprovada negligência no atendimento. Com cartazes, o grupo também criticou a gestão do hospital e o sucateamento da saúde pública local.

Influenciadores da cidade, como a Carequinha, participaram da manifestação. Segundo o boletim de ocorrência da Polícia Civil, Larissa entrou em trabalho de parto no dia 2 de novembro, mas não apresentava dilatação suficiente para o parto normal.

O médico optou pela cesariana alegando que ela tinha “quadril estreito”. Depois do nascimento da filha, que está bem, a arquiteta permaneceu internada em recuperação. “O médico induziu a vítima a passar pela cesárea alegando que a vítima tinha o quadril estreito. Após o nascimento da criança a vítima permaneceu no quarto em recuperação”, diz trecho do documento policial.

Três dias após o parto, Larissa começou a sentir febre e fortes dores abdominais. Uma semana depois, o quadro evoluiu para infecção.

Ela foi transferida para Tangará da Serra, onde iniciou hemodiálise e precisou ser intubada. Na quinta-feira (13), já em estado grave, foi encaminhada para o Hospital Santa Helena, em Cuiabá, onde morreu às 5h45 desta terça-feira.

A Polícia Civil investiga o atendimento prestado e ouviu a família. O caso segue em apuração.

Em nota, o Instituto São Lucas informou que o profissional responsável pelo parto foi afastado enquanto a investigação ocorre e prestou solidariedade à família. “Apesar de toda assistência prestada e dos esforços das equipes envolvidas, a paciente não resistiu, evoluindo a óbito. Reafirmamos que toda a equipe atuou de forma ágil, ética e alinhada aos protocolos clínicos estabelecidos, prestando todos os cuidados disponíveis e necessários no enfrentamento do quadro apresentado”, diz trecho do comunicado, que não cita o afastamento. A conduta do médico é apurada em sindicância.

Larissa era arquiteta, pesquisadora e militante do Partido dos Trabalhadores (PT). O partido e o deputado estadual Lúdio Cabral divulgaram notas de pesar. A mãe da jovem, Vânia Pompermayer, também lamentou publicamente a perda da filha. (Folhamax)