
Um guarda municipal foi preso durante o cumprimento da Operação Eidolon, que investiga um esquema de venda ilegal de veículos apreendidos e sob a guarda da Prefeitura de Sorriso, a 420 km de Cuiabá, neste sábado (25).
Além do servidor, outras três pessoas foram presas. A identidade dos envolvidos não foram divulgadas.
Segundo a Polícia Civil, o grupo era formado por servidores públicos, falsificadores e receptadores, e teria desviado pelo menos 69 veículos que estavam sob responsabilidade da administração municipal.
- O servidor público investigado era responsável por selecionar veículos “vulneráveis”, com baixa probabilidade de serem reclamados pelos donos, geralmente motocicletas com pendências administrativas.
- Com ajuda de falsificadores e cartórios, o grupo produzia procurações fraudulentas em nome dos supostos proprietários.
- Parte dos documentos era adulterada digitalmente por meio do Gov.br; outras eram confeccionadas em cartórios locais mediante pagamento de cerca de R$ 1 mil por documento.
- Em seguida, eram criados termos de liberação falsos, que autorizavam a retirada dos veículos dos pátios credenciados.
- As taxas eram pagas via Pix, muitas vezes em nome dos próprios envolvidos.
Ainda segundo as investigações, o guarda recebia entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil por veículo liberado ilegalmente. Em nota, a prefeitura do município informou que o servidor foi afastado preventivamente das funções até a conclusão das investigações.
Início das investigações
As investigações começaram a partir da denúncia de um empresário do Paraná, feita em setembro deste ano. Ele contou à polícia que o guarda municipal havia pedido dinheiro para liberar um veículo de forma irregular.
O empresário recusou e decidiu seguir os trâmites legais, mas, ao chegar em Sorriso, descobriu que o automóvel já havia sido retirado do pátio. Ao analisar o termo de liberação, os investigadores perceberam inconsistências e assinaturas falsas, além de o documento ter sido emitido em nome de outra pessoa.
Na ação deste sábado, além das prisões, foram cumpridos mandados de busca e apreensão, afastamento de dados telemáticos e sequestro de bens.
Conforme a polícia, os investigados devem responder pelos crimes de associação criminosa, peculato, inserção de dados falsos em sistemas de informações, falsificação de documento público e uso de documento falso. (G1 MT)






