O quilombo Mata Cavalo, localizado entre os municípios de Nossa Senhora do Livramento e Poconé, foi atacado na manhã deste domingo (22) por jagunços e pistoleiros que estariam a mando de um grileiro da região.
Informações preliminares levantadas pelo site Folhamax dão conta de que o grileiro entrou na Justiça Estadual contra a Associação Quilombo Mata Cavalo, que reside no quilombo. Ele alegou no processo que a associação vinha “impedindo a entrada de materiais de construção” e que supostamente teria ameaçado a família do grileiro.
Ele informou, ainda, que possui uma propriedade há mais de 11 anos – exatamente o período quando, em 2009, a área de mais de 14.700 hectares, que abriga 418 famílias, foi reconhecida pelo Incra como um local remanescente de quilombos da época da escravidão no Brasil, e ocupado por seus descendentes. Nunca houve, no entanto, a expulsão de grileiros da região.
Em contato com uma moradora do quilombo, porém, revelou-se que a área foi invadida por jagunços e pistoleiros que arrancaram as cercas e ameaçaram os moradores do local. Ela conta que a Justiça Estadual concedeu uma decisão liminar proibindo os quilombolas de promover ameaças ao grileiro – e não uma reintegração de posse, como os próprios pistoleiros, que estão armados, disseram aos quilombolas.
“Um empregado de fazendeiro apresentou essa liminar. E queria cortar cerca da fazenda onde mora famílias Quilombolas. Veio com dois capangas. Na liminar disse que a associação tem 15 dias pra recorrer. Mas a associação não foi intimada ainda. Ele veio cumprir a liminar por conta própria. Liminar da Justiça Estadual. Sendo que em território de Quilombo é território federal”, disse ela.
A moradora conta ainda que a Polícia Militar foi acionada, mas não houve registro de prisões. Apesar da situação tensa, até o momento também não há informações de feridos.
Fonte: Folhamax
