O Governo decidiu não acatar último parecer técnico que mantém decisão de não demolir a Ilha da Banana. A confirmação é do secretário de Estado de Cidades, Wilson Santos. Conforme o secretário, com ou sem VLT, os 15 imóveis da Ilha da Banana serão demolidos. A data da demolição ainda não está confirmada.
Santos afirma que no dia 24 de abril chegou um relatório de uma técnica de Brasília, que segundo ele, sequer veio em Cuiabá e manteve parecer para não demolir. “Respeitamos o Ministério Público, temos a autorização do órgão competente para tal ação e o Governo decidiu que não vai obedecer a essa determinação”, diz.
Wilson frisa que o Governo já tem uma posição clara quanto à demolição e está apenas fechando as negociações com Ministério Público Federal. “Temos 15 imóveis, dos quais 11 já foram comprados e os moradores já deixaram os imóveis e faltam quatro, porque os moradores questionam na justiça o preço, mas vamos chegar num acordo. Os 15 imóveis são do Estado, o Estado vai demolir aquilo, independente de VLT”, confirma.
O secretário explica que a Ilha da Banana não tem característica de imóveis históricos e artísticos. Só tem a parede da casa Singer onde a demolição desta parede vai ser manualmente. “Vamos demolir e fazer uma praça ali. Essa praça sim vai trazer características históricas, vai ser uma praça que representa os 300 anos de Cuiabá”, diz.
Quanto os motivos de o Ministério Público Federal recomendar a não demolição, Santos diz que a decisão não é correta. Ele frisa que o MPF diz que teme de que o VLT ao passar por ali coloque em risco a estrutura geológica e a arquitetura da Igreja São Benedito. E a segunda objeção seria porque o Governo não teria a autorização do órgão competente para a demolição. ”Temos sim a autorização do IPHAN para demolir os imóveis que pertencem ao Estado. E em relação ao VLT, ele se chama Veículo Leve sobre Trilho. O ônibus ele só distribui o peso por dois eixos, o VLT em oito, até 15 eixos. No Rio de Janeiro você vê o VLT passando a um metro de paredes históricas e não coloca em risco”, confirma.
A demolição da Ilha da Banana estava prevista para o dia 09 de abril, mas uma recomendação do Ministério Público Federal fez com que o Governo suspendesse os trabalhos. A demolição é uma das etapas para a continuidade das obras do VLT. No entanto, o caso já se tornou uma novela. A maior parte do local, em escombros, serve de moradia para usuários de drogas. Muitas pessoas inclusive afirmam que já foram vítimas de assaltos cometidos por esses “moradores” do local.
A Ilha da Banana deve ceder espaço ao VLT e o local onde atualmente concentra ruínas deve abrigar o Largo do Rosário, um projeto também da Copa do Mundo de 2014. O serviço de demolição e recolhimento posterior dos entulhos ficará a cargo da empresa cuiabana Material Forte Incorporadora Ltda., vencedora do pregão eletrônico. A construtora fica encarregada da derrubada, total ou parcial, de até 199 imóveis ao longo das linhas do VLT. O custo das operações é de R$ 4,02 milhões. Já em relação às desapropriações na Ilha da Banana, elas custaram ao Governo do Estado R$ 6,35 milhões.