Interditada há 20 anos devido à degradação de sua área, a Gruta da Lagoa Azul, um dos principais pontos turísticos de Nobres (151 km de Cuiabá), pode finalmente ter uma data para ser devolvida à população. A informação é da secretária estadual de Meio Ambiente (Sema), Mauren Lazzaretti, que revelou planos de reabrir o local até o final de 2026.
“A Lagoa está dentro de um parque estadual. Existe um projeto de ordenamento de uso, é uma área sensível. Para quem conhece Bonito, no Mato Grosso do Sul, ela tem as mesmas características da Lagoa Azul. O projeto do Estado de Mato Grosso é executar obras que permitam a visitação ordenada do local”, afirmou Mauren.
A secretária explicou que a interdição atual visa diminuir os riscos à segurança dos turistas, uma vez que o local não oferece as condições necessárias para um turismo seguro. Ela garantiu, no entanto, que o processo de transformação do local está em andamento.
“Hoje a Lagoa está interditada. Nós estamos na fase final de aprovação do projeto para início das obras, e, após a execução, vai ficar lindíssimo, muito mais bonito que Bonito […] a estrutura vai permitir a acessibilidade, a visitação com segurança e garantir que todo o meio ambiente ali seja de forma controlada, verificado, contemplado e tudo mais”, destacou.
Mauren também comentou sobre a gestão futura da Lagoa Azul, que passará por uma concessão pública após a conclusão das obras.
“É um parque estadual. Nós fazemos concessão. Depois da obra realizada, você vai concessionar eventuais lanchonetes, restaurantes. O controle e o ordenamento são feitos pela Secretaria de Meio Ambiente”, explicou Lazzaretti.
Quanto aos prazos, a secretária anunciou que tanto as obras quanto o processo de concessão devem ser concluídos até o final de 2026, quando o governo de Mauro Mendes chega ao fim. “Até o final de 2026, a obra e a concessão estarão concluídas”, finalizou.
Saiba mais sobre a interdição
A Lagoa Azul encontra-se interditada temporariamente desde 2002 por determinação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), devido às degradações do local. O Ibama informou que o processo passou a ser de responsabilidade da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) e do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (CECAV).
O local é considerado como um dos principais atrativos naturais da região. Ela também é conhecida por “gruta paradisíaca”, formada por rochas e uma lagoa de água cristalina, ela encanta por sua beleza única. De acordo com os pesquisadores, a lagoa se formou quando o lençol freático emergiu na região. A cor azul característica da água é resultado de diversos elementos, incluindo carbonato de cálcio e magnésio.
No entanto, a falta de controle na visitação ameaça a conservação do local.Para prevenir novos problemas, a fiscalização foi intensificada, com agentes monitorando diariamente as áreas mais vulneráveis.
No dia 1º de março, um guia e seis turistas foram presos por invadir a lagoa, sendo a segunda ocorrência desse tipo em menos de um mês. Da última vez, 13 turistas e dois guias foram notificados pela fiscalização ambiental após terem entrado na gruta ilegalmente. As invasões são frequentes no local, e pode ser encontrado nas redes sociais diversos passeios sendo ofertados por guias turísticos. As pessoas que contratam o passeio muitas vezes não sabem nem que existe a interdição.
A Sema-MT alerta que o local apresenta altos riscos de acidentes devido ao acesso difícil e à ausência de estrutura para receber visitantes. Dentre os perigos estão o risco de queda de rochas na Gruta, acidentes por quedas, além da possibilidade de contaminação dos turistas por doenças transmitidas por vetores, como a febre maculosa, transmitida por carrapatos, e a leishmaniose, causada pelo mosquito Lutzomyia, entre outros. (Fonte: Estadão de MT)
