Governo Estado negocia a venda de 56 vagões do VLT, revela deputado

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O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Obras da Copa do Mundo em Mato Grosso, deputado Oscar Bezerra (PSB), disse que o governo está bem próximo de vender 56 vagões, adquiridos em excesso pela gestão anterior, do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) para uma outra cidade que pretende implementar o modal de transporte. A venda poderia render R$ 150 milhões aos cofres do Estado.

"Tem um fato novo. O excesso dos vagões que foram comprado a mais do que precisamos realmente, pelo governo Silval Barbosa (PMDB), tem uma cidade com interesse em comprá-los. Isso colocaria um montante de R$ 150 milhões no caixa da Secretaria de Cidades (Secid) para a reativação do processo de construção do VLT", disse o parlamentar nesta quarta-feira (16) durante entrevista a Rádio Capital FM.

A Secretaria de Cidades passa a ser ocupada a partir de amanhã pelo deputado estadual Wilson Santos (PSDB). 

Segundo Bezerra, a informação é do Executivo estadual e ainda não foi levada a público por ainda não ter sido concretizada. Mas, caso se confirme, a venda ajudaria a conclusão de pelo menos uma das duas linhas previstas no projeto do VLT. 

"Com os R$ 150 milhões, mais com o que já tem em caixa, mais com o que o governo terá que aportar, automaticamente, concluía-se pelo menos essa etapa de Várzea Grande/CPA, deixando a segunda linha Coxipó/Porto para depois", afirmou.

O excesso na compra dos vagões foi confirmado em fevereiro deste ano, segundo o governo Pedro Taques (PSDB), pela auditoria da KPMG Consultoria.

De acordo com o relatório, foram adquiridos oito composições do VLT sem necessidade pelo ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa (PMDB), causando prejuízo de R$ 120 milhões aos cofres públicos. Como cada composição tem sete vagões, a gestão passada comprou 56 módulos a mais.

O relatório apontou que 32 composições, com 224 módulos, seriam suficientes para operar em Cuiabá e Várzea Grande, mas Silval comprou 40.

As obras do VLT estão suspensas pela Justiça Federal a pedido do Estado e dos Ministérios Públicos Estadual e Federal devido a indícios de irregularidades na entrega das obras, como prazos e qualidade, além dos valores pagos ao consórcio responsável pelo modal.

Segundo a KPMG Consultoria, a conclusão do VLT deve custar mais R$ 602 milhões aos cofres públicos. O valor é muito abaixo do R$ 1,135 bilhão solicitado pelo Consórcio VLT Cuiabá no ano passado, que elevaria o custo total final da obra para R$ 2,2 bilhões.

O VLT 

O orçamento inicial para construção do VLT entre Cuiabá e Várzea Grande é de R$ 1,477 bilhão. Até agora, o Governo já desembolsou R$ 1,066 bilhão.

Composto por duas linhas (Aeroporto – CPA e Coxipó – Porto), com total de 22 quilômetros, o primeiro trecho a ser terminado será do Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, até bairro do Porto, em Cuiabá, chegando depois ao bairro do CPA.