O governo de Mato Grosso colocou suas forças de segurança à disposição do Rio de Janeiro para colaborar em ações de combate ao crime organizado. A informação é do secretário de Estado de Segurança Pública de Mato Grosso, César Roveri, que afirma que essa decisão foi tomada por determinação do governador Mauro Mendes (União Brasil).
O apoio ocorre após a megaoperação realizada no estado fluminense, que deixou centenas de mortos e resultou em diversas prisões.
De acordo com Roveri, Mendes entrou em contato com o governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL) para manifestar solidariedade e oferecer apoio técnico e operacional.
“O governador Mauro Mendes ligou para o governador do Rio e colocou à disposição as nossas forças especiais — o GOI, o CORE, o Bope da Polícia Militar e a Polícia Judiciária Civil. Mato Grosso está pronto para ajudar o Rio de Janeiro ou qualquer estado que precisar”, informou o secretário.
Ao comentar sobre a operação fluminense, Roveri afirmou que a ação foi necessária e bem planejada, considerando o nível de armamento e estrutura das facções criminosas.
“O que vimos foi um verdadeiro estado de guerra. Drones atacando policiais, fuzis e metralhadoras de uso militar nas mãos de criminosos. Não é simples entrar em uma favela e enfrentar esse tipo de situação. Tenho certeza de que a operação foi bem planejada e necessária”, avaliou.
Busca por criminosos de MT
Roveri informou ainda que policiais da inteligência mato-grossense estão em contato com autoridades fluminenses para verificar se há criminosos de Mato Grosso entre os mortos ou presos na operação.
“Solicitamos à nossa inteligência esse levantamento e aguardamos o resultado. Queremos saber se há alguém de Mato Grosso envolvido nos confrontos ou detido pelas forças do Rio”, finalizou.
Modelo mato-grossense de enfrentamento ao crime
Questionado se operações semelhantes podem ser deflagradas em Mato Grosso, o secretário destacou que o estado possui um modelo próprio de combate às facções criminosas, baseado na descapitalização financeira e no controle de fronteiras.
“Atacamos o lado financeiro, que é o que enfraquece as facções. O Gefron vem fechando fronteiras — uma função que seria do governo federal, mas que Mato Grosso realiza com eficiência. Em dez meses, já apreendemos mais de 19 toneladas de pasta base e cocaína, superando o recorde do ano passado”, afirmou Roveri.
Ele também lembrou a criação de um fundo estadual de recuperação de ativos da Polícia Judiciária Civil, aprovado pela Assembleia Legislativa em parceria com o Ministério Público e o governo estadual.
“O dinheiro recuperado das facções retorna para ser reinvestido na própria segurança pública. É um modelo sustentável e de resultados concretos”, ressaltou.
Governador não confirma presença em reunião
Uma comitiva de governadores de direta participam na tarde desta quinta-feira (30) de uma reunião com o governador do Rio de Janeiro. A ideia é prestar solidariedade ao gestor e debater meios de unir esforços no combate ao crime organizado, que assola não só a cidade fluminense, como o Brasil todo.

A presença de Mendes era aguardada, mas ele afirma que não irá poder participar, e destaca que Mato Grosso tem avançado no combate das facções criminosas.
“Não confirmei mina presença nessa reunião. Tenho compromissos hoje e dificilmente sairei de Cuiabá. […] Nos já tivemos várias operações. Operação não precisa matar. O governo está atuando, e ter confronto faz parte do risco da atividade policial, mas ninguém deseja que haja. A nossa polícia está muito bem preparada e equipada, e se ele atira em direção da polícia, a polícia vai revidar a altura”, disse.
Operação no Rio de Janeiro
A megaoperação realizada nos Complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, entrou para a história como a ação policial mais letal já registrada no estado. Deflagrada na madrugada do dia 28 de outubro, a ofensiva reuniu cerca de 2.500 agentes das polícias civil e militar, além de helicópteros, drones e veículos blindados.

O objetivo foi desarticular o Comando Vermelho (CV), facção criminosa responsável pelo tráfico de drogas, armas e pelo controle de territórios em comunidades cariocas.
Segundo o governo fluminense, a operação resultou em 119 mortes, entre elas, quatro policiais, e mais de 100 prisões. O confronto intenso transformou bairros inteiros em zonas de guerra, provocando o fechamento de escolas e serviços públicos. (Primeira Página)








