O governador Mauro Mendes (União) determinou que o secretário de Segurança Pública, coronel PM César Roveri, convide o prefeito eleito Abílio Brunini (PL) a esclarecer as denúncias de suposta inteferência do Comando Vermelho nas eleições na Câmara Municipal de Cuiabá.
Em seguidas entrevistas, ao longo da semana, Abílio afirmou que a facção criminosa – que opera no tráfico de armas e de drogas, em assassinatos e lavagem de dinheiro em Mato Grosso – estaria articulando para intereferir na eleição no Legislativ cuiabano, programada para 1º de janeiro.
Depois, o bolsonarista afirmou que o CV teria articulado, com suposta compra de votos, a eleição de pelo menos quatro vereadores na Capital, em outubro passado.
Em nenhuma das oportunidades, Abílio apresentou provas.
Disse que estava buscando confirmações das denúncias para formalizar uma ação no Ministério Público do Estado e na Polícia Judiciária Civil.
Em entrevista coletiva, nesta quinta-feira (8), Mauro Mendes tachou de “extremamente graves” as declarações do prefeito eleito, de que o Comando Vermelho estaria se movimentando para “comprar votos” de vereadores para conseguir eleger o presidente da futura Mesa Diretora da Câmara.
Por isso, ele determinou que o secretário César Roveri se reúna urgentemente com Abilio, para tratar sobre essa denúncia e tomar as providências. “É grave essa interferência, e isso não é novidade para ninguém. Temos que tomar providências à altura que o fato requer”, afirmou o governador.
Na avaliação de Mauro, o avanço do poder das facções é como “uma doença grave, que exige tratamento forte”.
“É como se tivéssemos um paciente com câncer, e hoje é um câncer o crime organizado no Brasil. E estamos a falar em dar um remédio para dor; não é isso que vai resolver. Temos que fazer uma reflexão profunda, verdadeira, honesta, corajosa, para enfrentar o crime nesse país. Senão eles vão estar, todo dia, protagonizando cenas de violência, desrespeito e afronta ao Estado Brasileiro”, destacou.
ENTENDA A POLÊMICA – Abilio Brunini afirmou, em uma entrevista à imprensa na quinta-feira (7), que o Comando Vermelho teria sido procurado para financiar a compra de votos na disputa pela Mesa Diretora da Câmara Municipal.
Ele disse que alguns vereadores, cujos nomes não foram citados, relataram ter recebido propostas de R$ 200 mil para votar conforme a orientação da facção.
“A gente recebeu informações e estamos apurando de que alguém teria pego um dinheiro emprestado com um líder do Comando [Vermelho] para cooptar vereadores para conseguirem votos para montar uma determinada chapa. A gente não tem certeza se essa informação é real, mas a gente está apurando… Diz que até vereadores já sofreram assédio ou ofertas. Mas, assim como esses vereadores optaram pelo sigilo, a gente vai fazer uma denúncia em sigilo para respeitar esses vereadores”, afirmou.
Ele disse que está “juntando provas” para formalizar uma denúncia ao Ministério Público Estadual (MPE) e à Polícia Civil.
Fonte: Diário de Cuiabá