GNV pode faltar nos postos após protesto de motoristas de App em distribuidora

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Em protesto ao aumento no valor do Gás Natural Veicular, o GNV, motoristas de aplicativo paralisaram seus serviços e se reuniram nos portões da distribuidora GNC Brasil, no Distrito Industrial de Cuiabá, na manhã desta quarta (10). A manifestação, que ainda perdura até esta tarde, impede o abastecimento de caminhões que fornecem o produto aos postos. Sob um risco de desabastecimento, representantes da categoria vão se reunir agora com o Governo para buscar uma solução conjunta.

Segundo nota assinada pelo presidente da MT Gás, Rafael Reis, a empresa não aumentou o preço do GNV porque não é sua responsabilidade. Explica que pediu a regulamentação tarifária do Gás Nacional Comprimido (GNC) para a Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados (Ager), que definiu a tarifa a R$ 1,52. O novo valor foi publicado no Diário Oficial de 25 de outubro.

Entretanto, a MT Gás resolveu vender ao custo abaixo do permitido e subiu para R$ 1,45 para a empresa GNC Brasil, que é a responsável pelo fornecimento do gás aos únicos quatro postos que fazem a venda para consumidores, entre eles os motoristas do aplicativo, na Região Metropolitana de Cuiabá. “O valor anterior era de R$ 1,35, ou seja, foi acrescido R$ 0,10 centavos”, diz.

“A GNC repassou aos postos de combustíveis aumento de custo, subiu o valor de manutenção R$ 0,10 para R$ R$ 0,15 e aumentou o preço do gás revendido aos postos. Em consequência, os postos subiram os preços, observamos que alguns deles subiram de R$ 0,30 a R$ 0,35 centavos o valor cobrado por metro cúbico do consumidor do GNV”, explica.

“Nós da MT Gás apenas obedecemos a regulamentação da AGER que estabeleceu R$ 1,52, mas de acordo com nosso levantamento de custo consideramos que R$ 1,45 era viável e foi o que aplicamos”.

De acordo com a presidente do Sindicato dos Motoristas por Aplicativo de Mato Grosso, Solange Moraes, o aumento foi de 30% para os consumidores. A categoria não recebeu com bons olhos o novo valor. Ela criticou, em um cenário de alta dos combustíveis, a falta de postos para distribuição que formam “filas exorbitantes”.

O empresário Fábio Marques, que é o proprietário de um dos quatro postos que distribui GNV na Região Metropolitana, conta ao RD News que um grupo de motoristas chegou a ficar exaltado, mas que eles não o culparam pelo aumento. “São meus parceiros”. Entretanto, ele diz que não é ideal trancar a distribuição, já que pode demorar dias para que o GNV seja restabelecido.

Veja posicionamento do empresário

Ele explica que, caso a distribuidora tenha que desligar os compressores, pode demorar dias até que o equipamento seja pressurizado para distribuir o gás aos caminhões, que por sua vez vão levar até os postos. Na empresa de sua propriedade, ele disse que o GNV está no “finalzinho”. Demais postos também relatam que estão com o estoque praticamente zerado.

Solange diz que os motoristas estão cientes da possibilidade de desabastecimento do GNV, mas que vão continuar paralisados na GNC Brasil. “Não vai chegar gás. O certo é convocar os motoristas para que venham fazer parte da manifestação. A gente está conseguindo melhoria para a classe”, diz.

A presidente do sindicato também diz que vai se reunir agora com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico e MT Gás para discutir a situação. Há a expectativa de que saia uma solução para resolver o impasse.

Fonte: RD News