Os adolescentes de 16 e 17 anos envolvidos no feminicídio de Heloysa Maria Alencastro de Souza, de 16 anos, solicitaram serem ouvidos mais de uma vez durante o inquérito conduzido pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos (DERFVA). O pedido ocorreu porque temeram por suas vidas ao perceberem a grande repercussão do caso.
A informação foi revelada pelo delegado Marcos Sampaio em coletiva de imprensa na última quarta-feira (7). “Os adolescentes foram ouvidos novamente porque ficaram receosos com a repercussão social do crime”, explicou, sem detalhar se na segunda oitiva acrescentaram novos elementos aos depoimentos ou se alteraram suas versões iniciais.
Segundo o delegado, os menores temiam represálias. “Eles estavam preocupados com possíveis retaliações de outros adolescentes infratores que estariam internados no mesmo local para onde seriam transferidos”, informou.
Heloysa foi morta dentro de casa, asfixiada com um cabo USB, no bairro Morada do Ouro, a mando do padrasto, Benedito Anunciação de Santana, de 40 anos, que contou com a ajuda do filho, Gustavo Benedito Junior Lara de Santana, de 18 anos. O corpo da vítima foi amarrado e desovado em um poço no bairro Ribeirão do Lipa.
Benedito e Gustavo foram indiciados por feminicídio, roubo majorado, extorsão, lesão corporal no contexto doméstico e ocultação de cadáver. Os adolescentes também receberam indiciamentos por crimes análogos aos dos adultos. De acordo com a Polícia Civil, a motivação do crime envolveu ciúmes e o término do relacionamento entre Benedito e a mãe da vítima, Suelen de Alencastro. (Folhamax)