A perita e psicóloga Rosangela Monteiro, famosa por comentar casos criminais, criticou os desdobramentos judiciais do Caso Isabele Ramos, que levou um tiro no rosto em julho de 2020 por uma pistola disparada pela “amiga”.
A Justiça extinguiu o processo de medida socioeducativa contra a adolescente, hoje com 17 anos, que atirou e matou Isabele. Segundo a Justiça, a menor já concluiu a medida socioeducativa que pesava contra ela.
Com experiência de 44 anos na área forense, e a partir das provas levantadas pela perícia, Rosangela defendeu que a atiradora deveria responder como uma adulta pelo crime, uma vez que teria plena consciência do que fazia no momento do disparo.
As declarações foram dadas durante entrevista, na tarde desta quinta-feira (27) no canal do YouTube do jornalista Beto Ribeiro.
“Uma menina dessa idade aqui, com o histórico dela, tinha que cumprir uma pena como adulto”, afirmou.
“A juíza extinguiu e quem está cumprindo pena é a família da menina [Isabele]. É uma pena, prisão perpétua”, disse.
Durante a entrevista, a perita citou as palavras da juíza na primeira condenação da atiradora, há época enquadrada a crime análogo a homicídio doloso, ou seja, quando há intensão de matar.
“Ela agiu com frieza, hostilidade, desamor e desumanidade”, citou a perita.
“Ficou muito claro a postura da menina [atiradora], porque aí você vai ver o comportamento dela. Você vai analisar como um todo. A juíza viu que a menina não estava nem aí. Se você tem uma psicopata não é que ela sente ódio, ela simplesmente não sente”, disse.
Em junho de 2022, a Justiça reconsiderou a tipificação e o homicídio passou de doloso para culposo, ou seja, quando não há intenção de matar.
Para Rosangela, a jovem pode ter dado o disparo simplesmente para ver como seria.
“Uma menina inteligente. Psicopata, vou ‘disparar na cara dessa menina para ver como é’”, afirmou.
Análise
A profissional explicou os detalhes que analisou para chegar a essa conclusão, como perícia da arma, distância e altura do disparo.
“A arma estava perfeita, não foi disparo acidental. Tenho um disparo a curta distância, de 20 a 25 centímetros, e foi disparado a 1,44 m de altura. Olho no olho, por uma menina que sabe mexer com arma”, disse a perita.
Rosangela explicou também as diferenças entre disparo acidental e involuntário, para explicar o porquê a história inicial da atiradora “caiu por terra”.
“Não se guarda arma municiada. Existe armeiro que vai mexer na arma e acaba disparando na cara. Aí seria um disparo involuntário, não acidental. Aí começam as diferenças”.
“O disparo acidental é aquele em que arma dispara sozinha, sem que ninguém vá lá e aperte o gatilho”, disse. (Fonte: Midianews)
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