O conflito entre garimpeiros e a mineradora Nexa para exploração mineral em Aripuanã, região Noroeste de Mato Grosso, chegou ao fim. O entendimento foi firmado nesta segunda-feira, 16, entre a Cooperativa de Mineradores e Garimpeiros, com Governo do Estado, Agência Nacional de Mineração, e a empresa, e teve o senador mato-grossense Wellington Fagundes (PL), líder do Bloco Parlamentar Vanguarda, como um dos principais interlocutores.
“Lutamos por essa pacificação porque entendemos ser fundamental a exploração do potencial mineral de Mato Grosso, que é muito pequeno comparado a sua capacidade, mas também sem deixar de olhar para a questão social, que é umito importante” – disse Fagundes.
O conflito se iniciou em 2018 envolve a exploração de ouro no município e se intensificou no ano passado, quando uma operação conjunta da Polícia Federal, Polícia Militar, Ibama e Secretaria de Estado do Meio Ambiente, em cumprimento a mandado de desocupação de área, resultou na destruição do acampamento dos garimpeiros, queima de maquinários e a morte de um garimpeiro.
No local – uma área de 2,8 mil hectares na Serra do Expedito – que fica a 25 km de Aripuanã, a empresa Nexa Resources, que faz parte do Grupo Votorantim, está investindo 2 bilhões de reais para exploração de zinco, chumbo, cobre, ouro e prata.
Mas a notícia da existência de metais preciosos na região atraiu milhares de garimpeiros, que iniciaram uma exploração ilegal e estabeleceram uma disputa pela área. Na semana passada, centenas deles chegaram a impedir a passagem de representantes da empresa Nexa pela ponte sobre o rio Aripuanã.
Sob a coordenação da Assessoria de Resolução de Conflitos da Diretoria Colegiada da ANM, foi realizada uma reunião em Aripuanã com os garimpeiros organizados na Cooperativa de Mineradores e Garimpeiros da Região de Aripuanã, com a participação do prefeito Jonas Canarinho, vereadores, representantes da Associação Mato-grossense dos Municípios, Companhia Mato-grossense de Mineração (Metamat) e Gerência Regional da Agência Nacional de Mineração (ANM), porém sem a participação da Nexa.
O gerente regional da ANM, Roberto Vargas, relata que o assunto esteve sob a condução da Assessoria de resolução de conflitos da ANM-Brasília e na segunda-feira realizou-se uma reunião por vídeo conferência quando foi dado um passo decisivo na direção da conciliação entre a empresa Nexa e os garimpeiros, com a elaboração de uma proposta de conciliação.
A Mineradora decidiu ceder uma área de 516 hectares para que os garimpeiros possam trabalhar legalmente através da Cooperativa e extrair ouro em lavras mais superficiais. “Com o acordo de conciliação concluído haverá ”, diz o geavanço importante na exploração mineral na região” – frisou o gerente da ANM.
“Muitas famílias, bem como o comércio local sobrevivem dessa atividade. Estamos aqui como cidadãos! Não para fazer baderna e nem ofender ninguém. Somos mais de dois mil garimpeiros em busca do direito de garantir o pão nosso de cada dia”, disse o presidente da cooperativa.