A Prefeitura de Cuiabá conseguiu, enfim, desempacar a chegada da fonte musical, considerada a principal atração do Parque das Águas. A peça, que custou 930 mil dólares, equivalentes a R$ 3 milhões, estava retida no porto de Santos devido à greve dos auditores da Receita Federal, mas segundo informações obtidas pelo , já se encontra em solo cuiabano, no Porto Seco da Receita Federal, no Distrito Industriário, e deve ser transportada em partes para o parque.
A assessoria de imprensa da prefeitura confirma a situação e anuncia que a atração começará a ser montada na próxima segunda (5). A obra do Parque das Águas teve início, no final de 2014, com parceria do Ministério do Turismo. Entretanto, o secretário municipal de Cultura, Esporte e Lazer, Beto Machado, explica que devido ao não cumprimento do Ministério, o Executivo fez rescisão do contrato e desde 2015 assumiu a obra.
Em visita in loco, o secretário conta que a obra teve alterações no objeto da licitação, que hoje é feita pela prefeitura em parceria com o Ministério Público através de vários TACs. A licitação tinha sido feita em torno de R$ 9 milhões, mas conforme o secretário vai ficar mais barata em função dos ajustes feitos.
Beto ressalta que o projeto inicial foi alterado, porque a princípio foi idealizada uma coisa, e ao checar o local notaram melhorias que poderiam ser feitas. “Nós conseguimos uma fonte, o show da águas, num preço acessível, e, por isso, fizemos adaptações devido à fonte não estar no projeto inicialmente. A ideia é aproveitar melhor as áreas de concessão, para que a sociedade possa conviver numa forma mais harmoniosa”, diz ao .
O secretário afirma que a inauguração da obra ainda não tem data definida, com previsão entre os dias 18 e 22 de dezembro. Conforme Beto, a obra é mais importante do que qualquer coisa. “Acho que o mais importante é termos o espaço do parque, de convivência para as pessoas passearem, ter prática esportiva, terem uma opção de lazer a mais em Cuiabá, não só lazer diurno, mas principalmente noturno”.
Gilberto Leite/Rdnews
Secretário municipal de Cultura Beto Machado explica como funcionará o Parque das Águas na Capital
O horário de funcionamento tende a ser o mesmo do Parque Tia Nair, sendo aberto às 5h e encerrado às 23h. Em relação à segurança, Beto ressalta que houve uma reunião com coronel Cley Alves, comandante do CR-1, para falar sobre a necessidade de planejamento de segurança. “O prefeito Mauro Mendes (PSB) construiu isso pensando que o parque é todo cercado, o entorno e parte que passa pela mata é fechada, então você tem uma sensação de segurança muito maior”.
Questão ambiental
Todos os projetos inclusive as alterações foram apresentados à secretaria estadual de Meio Ambiente (Sema), e aprovados. Segundo Beto, foi preciso realizar algumas adequações, como árvores que tiveram que ser deslocadas e foram replantadas em outro local, colocadas espécies em substituições às deslocadas, priorizando o espaço.
“Antes aqui talvez até tínhamos mais árvores, mas era esgoto jogado a céu aberto, ponto de drogas, corpos de pessoas encontrados. A gente acha que a requalificação feita tem que passar, sim, pelos órgãos de controle fiscal, principalmente a Sema, que fez um trabalho muito efetivo. A gente tem certeza que o parque vai ficar bem bacana”, alega.
De acordo com a diretora de gestão ambiental, Valdicleia Santos Luz, já foram emitidas as licenças prévia e instalação, que são as que autorizam a prefeitura iniciar a implantação do empreendimento. Todos os planos de controle e mitigações foram apresentados e aprovados pelo Estado.
Ela diz que no local houve muita supressão de vegetação, pois foi necessário retirar as plantas invasoras. “Existiam muitas leucenas, uma espécie exótica que não é da nossa região, e que por lei é exigido que seja erradicada, porque ela suprime as outras vegetações que são nativas do município”.
Estrutura
Diferente do que foi feito no Tia Nair, foram realizadas licitações de quatro áreas de concessões, sendo lotes 1,2,3 e 4. Beto explica que as licitações foram feitas com a arrecadação do dinheiro voltada para empresa Cuiabana de Limpeza Urbana (Limpurb) coordenada pela secretaria municipal de Serviços Urbanos, para realizar a manutenção da área.
Nesta linha, o secretário ressalta que o formato feito para realizar a obra teve a participação de várias secretarias, como Meio Ambiente e Serviços Urbanos. “Muitas secretarias se misturam, uma complementa a outra, como a Procuradoria, e muitos TACs com o Ministério Público foram colocados para que isso acontecesse”.
As áreas de concessões foram feitas para ter três restaurantes de um lado do parque, e do outro um “food parque”, com a abertura de mini restaurantes. O projeto não engloba quiosques. “A áreas de concessões para venda de comida e bebida são apenas estas quatro”, explica.
Além disso, o parque contará com academia ao ar livre, cachoeira, túnel de água, a fonte, splash zone, que é uma água que sai do chão, cascata de cachoeira que fará um efeito de nevoa, bem como pistas de caminhada e ciclismo, ambas de 1,6 mil metros de extensão, além de banheiros. “Quando a gente fala em fonte, as pessoas imagem que seja apenas uma fonte, mas não é. Nós temos mais quatro aparelhos que acompanham, como o chafariz que ficará na entrada do parque”.
Em relação à academia ao ar livre, o secretário afirma que uma equipe de Educação Física criou um formato onde fosse possível escolher equipamentos para atender idosos, crianças e a população de uma forma geral. “Não é uma academia de alta performance, mas de manutenção e bem estar, como é na Tia Nair”. A área da academia é 35 m² por 6 m² e deve possuir aproximadamente 41 aparelhos.
Gilberto Leite/Rdnews
Trabalhadores atuam diuturnamente para obra ser entregue dentro do prazo em dezembro
Quanto ao tratamento da água, Beto explica que antes de iniciar a obra a lagoa recebia entre sete a oito esgotos in natura, oriundos inclusive de vários órgãos. Diante disso, o secretário diz que na reestruturação do local a equipe cuida principalmente da nascente da lagoa, preservando a área. “Justamente para conseguir uma manutenção melhor. Para se ter ideia, a lagoa era forrada de vitória régia, que significa que tem detrito orgânico na água. Quando elas estão morrendo, acabando, é sinal de que está limpando”.
Sobre a extensão da área arborizada, estimativa do valor para manter o parque, tipos de plantas que serão inseridas no local, bem como quantidade de homens trabalhando na obra, o responsável para explicar seria o secretário de Obras e Serviços Urbanos, Roberto Stopa. A reportagem tentou insistentemente o contato com ele, tendo inclusive ido na sede da pasta, no entanto, não obteve resposta até a publicação da matéria.
Prazo
Apesar de o prazo ser curto para entregar à população toda esta estrutura, Beto Machado afirma que tudo está sendo feito por meio de várias frentes de trabalho, e que até o final de dezembro o parque será entregue por Mauro.
Segundo o secretário, os recursos para executar a obra são provenientes da Fonte 100, ou seja, fonte prioritária da prefeitura, e com dinheiro de TACs firmados junto com o Ministério Público. “A priori era o Ministério do Turismo, mas como não cumpriu com o contrato, a prefeitura rompou. A obra ficou parada um tempão porque não pagaram um centavo, mas agora segue em ritmo bom. O cenário hoje causa receio, mas a expectativa é de que tudo seja entregue a tempo”, conclui.