De certa maneira o primeiro tempo no Maracanã entre Flamengo e Cuiabá repetiu o enredo do jogo dos Atléticos em Goiânia. Como o Galo, o Flamengo mandou no jogo, mas jogando menos do que se espera dele.
Como no jogo de Goiás, quando o Galo teve um pênalti não dado, o Flamengo teve um gol mal anulado de Michael. E o Cuiabá repetiu o que fez o Atlético Goianiense, porque a defesa mais complicada do jogo foi de Diego Alves.
A torcida do Galo torcia para o segundo tempo também ser igual ao de Goiás. O Cuiabá pisava pela primeira vez no Maraca com ares de estraga prazeres.
Com o empate o Flamengo não dependeria mais apenas de si, dez pontos atrás do líder, com dois jogos a menos e um confronto direto.
À medida que o tempo passava a aflição aumentava e Renato Gaúcho trocou Thiago Maia por Kenedy, aos 12 minutos. Coletivamente o Flamengo não conseguia envolver o sistema defensivo mato-grossense e a solução parecia estar num lance individual.
Só que Gabigol fazia jogo abaixo da crítica, Andreas Pereira não estava em grande noite, Michael era quem mais tentava ao seu estilo, Pedro não estava no banco, nem De Arrascaeta, a ausência mais sentida.
O líder havia perdido para o 11º colocado e o vice-líder só empatava com o 9º. Aos 27′, Empereur salvou gol de Gabigol que saiu em seguida, assim como Everton Ribeiro, para Vitor Gabriel e Vitinho jogarem.
Terá Gabigol pedido para sair? Só pode. O torniquete rubro-negro apertava, apertava, mas criava pouco e finalizava menos ainda. Uma decepção!
Oito mil torcedores se esgoelavam e o time não correspondia, ao contrário, se desesperava a cada minuto. Metade de Minas Gerais torcia pelo 0 a 0, que minimizava a derrota do Galo. Gustavo Henrique substituiu Michael aos 45′, para jogar os seis minutos de acréscimos e tentar um gol de cabeça.
Vitinho levou um tapa dentro da área, aos 47′, e nada foi marcado, porque a arbitragem brasileira é a cara da CBF. E o empate prevaleceu porque a vida é dura e o futebol adora surpreender. (Juca Kfouri)