A empresária Lívia Moreira Gomes Nery, filha do advogado Renato Nery, disse acreditar na existência de outros mandantes envolvidos no crime que matou o pai a tiros, na frente do próprio escritório em julho de 2024.
Em entrevista ao programa Cidade Alerta, da TV Vila Real, a empresária apontou que o casal de empresários Cesar Jorge Sechi e Julinere Goulart Bentos, já presos sob acusação de ser mandante do crime, não agiu sozinho.
“Pelas provas, eles estão fortemente envolvidos na morte. Mas que eles sejam os únicos mandantes, acho pouco provável. Porque era uma terra que envolvia a família toda, não só o casal”, disse a empresária em entrevista.
“Ali eram posseiros que passaram várias famílias. Eu não acredito que sejam os únicos que pegaram frente para fazer [mandar matar]. Deve ter outras pessoas que colaboraram por trás. Mas isso é o que a gente acredita, não tem como afirmar”, acrescentou.
Renato Nery foi morto a tiros em plena luz do dia, na porta do próprio escritório, na Avenida Fernando Correa, em Cuiabá. Câmeras de segurança registraram a ação criminosa.
O casal apontado como mandante do crime está preso. E a DHPP (Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa) também prendeu e indiciou o policial militar ex-Rotam Heron Teixeira Pena Vieira, que confessou o crime, e o caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva, suspeito de ser o autor dos disparos.
Na semana passada, Heron Vieira confessou a Polícia que recebeu R$ 150 mil pelo crime. O acordo inicial, segundo ele, era de R$ 200 mil. A filha de Renato Nery, no entanto, não acredita que esse valor seja real.
“A vida do meu pai não tem valor. Mas esse valor alegado até o momento acho incoerente. Se já existem 10 pessoas presas, dividido por essas pessoas, que inclui policiais que são concursados, é muito pouco”, disse.
“Não acredito que matariam alguém por R$ 20 mil. Mas quem sou eu? Isso é parte da investigação, pode ter mais coisa”, completou.
As investigações apontaram que a morte de Nery foi motivada por disputa de terra. Segundo a polícia, o advogado não temia morrer, mas sim perder suas terras, que tentava transferir para o nome das filhas.
Entre os presos estão os PMs Alessandro Medeiros Ramos, Wekcerlley Benevides de Oliveira, Leandro Cardoso e Jorge Rodrigo Martins
O homicídio
Ex-presidente da OAB-MT, Renato Nery foi atingido por um disparo na cabeça no dia 5 de julho de 2024, quando chegava em seu escritório na Avenida Fernando Corrêa, em Cuiabá.
Socorrido com vida, ele foi levado às pressas para o Complexo Hospitalar Jardim Cuiabá, onde passou por cirurgias, mas não resistiu e morreu no dia seguinte.
Veja a entrevista:
Fonte: Midianews