O time do Figueirense veio a Cuiabá e entrou nas dependências da Arena Pantanal para o jogo contra o Dourado, marcado para as 20h30 desta terça-feira (20), mas não foi a campo pela 17ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série B. O time do Cuiabá participou da solenidade do Hino Nacional perfilado sem o adversário em campo.
O árbitro da partida, Pathrice Wallace Corrêa (RJ), seguiu o protocolo e aguardou 30 minutos, mas os jogadores do Figueirense não foram ao gramado e então declarou WO que deve ser confirmado pela CBF nas próximas horas.
Em greve desde a semana passada, os jogadores do time catarinense decidiram ir à frente com a ameaça de não entrar em campo contra o Cuiabá caso a diretoria não depositasse, ainda nesta terça-feira (20), o dinheiro referente aos salários e direito de imagem.
Para a imprensa, a diretoria informou que os pagamentos serão feitos no dia 28 deste mês. No início da tarde, o diretor de futebol Antônio Lopes afirmou que os jogadores iriam jogar. No entanto, entre os jogadores, havia a determinação de não ir a campo se não fossem atendidos.
Sem a presença em campo do Figueirense, a equipe de arbitragem aguardou os 30 minutos regulamentares para decretar o WO. Com isso, o Cuiabá foi declarado vencedor da partida pelo placar de 3 a 0 e o Figueirense autuado em multa, além de estar sujeito a outras sanções por parte da CBF.
Antes mesmo do complemento do prazo regulamentar de 30 minutos, os jogadores da equipe do Figueirense entraram no ônibus e foram para o hotel. Os jogadores entraram em fila indiana sem falar uma só palavra com a imprensa. Nem o diretor de futebol, Antônio Lopes quis dar entrevista.
Jogadores do Figueirense entram no ônibus para deixar a Arena Pantanal antes do fim do prazo para se apresentar em campo
Exatamente às 21 horas (horário de MT), o árbitro cumprindo as normas técnicas do futebol encerrou a espera e declarou o WO. A torcida presente na Arena que era pequena – talvez pela desconfiança de que não haveria jogo – fez ecoar vaias à equipe catarinense.
O delegado da partida, Guilherme Carvalho afirmou que fará o relato do acontecimento à CBF, que deve definir sobre o WO. “Só a CBF pode decidir isso”, disse ele, informando que o caso será julgado para a homologação dos 3 a 0 e eventuais punições ao Figueirense.
Ao comentar a decisão dos jogadores do Figueirense de não ir para o jogo, o vice-presidente do Cuiabá, Cristiano Dresch parecia muito chateado: “Nossos jogadores se prepararam muito para o jogo, a torcida veio ao estádio. É uma decepção. Vamos ter que ressacir os ingressos. Os torcedores que pagaram pelo ingresso poderão fazer a troca para o jogo seguinte do time como mandante na Arena Pantanal. Não era dessa forma que pretendíamos sair com os três pontos. Esse asterisco na tabela vai nos incomodar e quem mais perde com isso é o próprio futebol”.
A forma como foi este WO entra para a história do futebol brasileiro, considerando que foi devido a atraso salarial.
Confirmando-se a vitória por WO, o Dourado volta à sétima colocação na tabela do Brasileiro da Série B, agora com saldo de 3 gols (estava com zero). O próximo desafio da equipe é o Botafogo-SP, nesta sexta-feira (23), na Arena Pantanal às 20h30 (horário de MT).
Jogadores avisaram
A greve dos jogadores do Figueira começou na semana passada após muito tempo de espera pelo pagamento de salários e direitos de imagem. Uma notificação extrajudicial, assinada por 31 jogadores, foi enviada no último domingo ao presidente da Elephant, empresa responsável por gerir o clube. Na nota, assinada por todos os jogadores, o elenco manifestou a intenção de não treinar ou jogar até que os acertos fossem realizados.
O que pode acontecer
Com esse episódio, o Figueirense fica sujeito a punições em duas frentes: pela CBF e pelo STJD. Como foi o primeiro W.O. do time, a punição será a derrota na tabela (por 3 a 0) e multas. Em caso de reincidência, o clube fica sujeito a ser excluído da competição.
Imediatamente, a CBF aplica as punições previstas no RGC (Regulamento Geral das Competições) que é a derrota por 3 a 0 na partida e multa de R$ 5 mil.
Fonte: Cuiabano News