FICO vai transformar município de 10 mil habitantes em polo estratégico do agronegócio mato-grossense

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A Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO) promete ser um divisor de águas para o desenvolvimento de Gaúcha do Norte, a 675 km de Cuiabá, e de toda a região leste de Mato Grosso. Localizado em um dos principais corredores produtivos do estado, o município de 10 mil habitantes reúne condições ideais para se consolidar como ponto estratégico de escoamento da produção agrícola, fortalecendo sua vocação para o agronegócio sustentável.

Em uma reunião realizada no início deste mês em com a Superintendência de Projetos Ferroviários da Infra S.A., em Brasília, o prefeito municipal, Ari do Prado, defendeu a urgência do início das obras do trecho que ligará Água Boa a Lucas do Rio Verde, passando pelo território do município.

Na reunião com o superintendente de Projetos Ferroviários da Infra S.A, Diógenes Alvares, e o coordenador de Projetos Ferroviários 1, Wagner Ribeiro Ferreira, o prefeito pediu a criação de um pátio intermodal no município beneficiando outras cinco cidades da região, que juntas produzem 5 milhões de toneladas de grãos.

Segundo ele, a obra é decisiva para abrir uma nova era de competitividade e atrair investimentos de grande porte.

“A FICO representa uma virada de chave. Vai gerar empregos, atrair indústrias e transformar nossa logística, reduzindo custos e dando mais força à produção regional”, destaca.

Em 2024, o município exportou US$ 8,83 milhões equivalente a 29 mil toneladas de soja e milho para 10 países. Os dados são do Observatório do Desenvolvimento da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec). O município também apresentou PIB per capita de R$ 163,138 mil em 2021 e está na lista das cidades mais ricas do agronegócio brasileiro, com valor de produção de R$ 2,2 bilhões a 23ª de Mato Grosso e a 43º do país, conforme a lista do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) elaborada em 2024.

Com 1,69 milhão de hectares e forte base produtiva, Gaúcha do Norte cultiva mais de 350 mil hectares nas duas safras, com mais de 1,1 milhão de toneladas de grãos por ano, sendo uma das cidades produtoras de grãos do Estado. O município também é exemplo de equilíbrio entre crescimento econômico e preservação ambiental, mantendo quase 1 milhão de hectares de cerrado e áreas de transição preservadas.

Além do agronegócio, a região é diversificada com a produção de carne, mel e fibras, e vem investindo no turismo ecológico e cultural, com destaque para o território indígena e a rica biodiversidade local. Para isso, a logística é um gargalo que deve ser solucionado com a passagem dos trilhos pela cidade.

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“Nosso município é estratégico para investimentos com alta rentabilidade. Aqui, desenvolvimento e proteção caminham juntos”, afirma o prefeito.

A FICO faz parte da política nacional de integração logística e terá papel crucial na conexão entre os polos produtores de grãos do Centro-Oeste e os principais portos brasileiros. Com 888 quilômetros de extensão — sendo 383 km entre Mara Rosa (GO) e Água Boa (MT) e 505 km de Água Boa a Lucas do Rio Verde —, o projeto permitirá que a produção de soja e milho do norte de Mato Grosso alcance os portos de São Luís (MA), Santos (SP) e Paranaguá (PR) com mais agilidade e menor custo de transporte.

O traçado da segunda etapa da ferrovia, de Água Boa a Lucas do Rio Verde, inclui o território de Gaúcha do Norte e reforça a posição estratégica do município dentro da nova malha ferroviária.

“A chegada da FICO vai nos tirar da dependência exclusiva do transporte rodoviário. É um passo histórico para que Gaúcha do Norte entre definitivamente nos trilhos do desenvolvimento”, conclui Ari do Prado.