O fenômeno ‘El Niño’ está chegando e com ele, uma anomalia radical no clima. Temporais que já atingem pontos isolados de Mato Grosso trazem alerta geral. Enquanto na região metropolitana a quantidade de chuva ainda é baixa e o calor extremo, em municípios como União do Sul, Nova Canaã do Norte, Colíder, Gaúcha do Norte, Juína e áreas rurais de Sinop e Sorriso, ventos acompanhados de chuva forte causam preocupação.
Em Juína, rajadas foram tão fortes que entortaram uma torre de energia no fim de semana. Já em Nova Xavantina, estabelecimentos foram destelhados nesta terça-feira, atingindo as estruturas de energia e interrompendo o fornecimento.
Segundo a meteorologista e consultora da Energisa Mato Grosso para monitoramento do clima, Ana Paula Paes, o estado já tem sofrido os efeitos do El Niño com temperaturas até dois graus acima dentro da média histórica para o período. “Esse fenômeno (El Niño) deve permanecer presente até meados do primeiro trimestre de 2024. Então existe uma tendência de temperaturas acima da média para os próximos”, explicou a especialista.
A Energisa já está em alerta: “Nós estamos atentos 24 horas por dia com o monitoramento do clima. Havendo o risco de temporal, a gente já entra em sobreaviso, facilitando na mobilização das equipes. Com certeza é o período mais crítico para o setor elétrico”, explica o gerente de operações da Energisa, José Nelson Quadrado Júnior.
Alerta de temporais ainda mais frequentes
O El Niño gera o aquecimento anormal das águas superficiais e subsuperficiais do Oceano Pacífico, alterando o clima em todo o mundo. Em algumas áreas produz secas extremas, em outras eleva as temperaturas ou pode provocar chuvas intensas. É o caso de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e o interior de São Paulo. Por isso, é possível que estas regiões tenham episódios como o verificado em Campo Grande (MS) que foi atingido por uma forte nuvem de poeira, causando destruições na cidade em 2021.
