Famílias perdem tudo e relatam desespero durante temporal em VG

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Foto: montagem / Leiagora

A forte chuva que começou na tarde de domingo (27) causou alagamentos em diversos bairros de Várzea Grande, deixando várias famílias desabrigadas. Os bairros mais atingidos foram Alameda, Carrapicho e Joaquim Curvo. Em vídeos gravados por moradores, é possível ver a água atingindo níveis alarmantes dentro das casas. O Corpo de Bombeiros precisou ser acionado para retirar moradores em segurança. Levantamento da Prefeitura de VG vai apontar quantas famílias foram atingidas.

Marcelo dos Santos, que trabalha com serviços gerais, contou em entrevista ao Gazeta Digital que perdeu tudo. Ele mora em uma quitinete com o filho de 14 anos e, no momento da chuva, estava trabalhando.

“Eu estava fazendo um bico em um restaurante quando a chuva começou, por volta das 17h. Imaginei que poderia entrar água, mas não da forma como foi. Quando cheguei, a água já batia no joelho. Perdi tudo. Estou muito triste. A gente trabalha tanto para conquistar as coisas e, de uma hora para outra, não sobra nada. Estou desamparado, sem saber para onde ir”, lamentou.

Para o funileiro Juliano Jonas dos Santos Gomes, de 34 anos, não foi diferente. Ele mora sozinho em Várzea Grande e enfrentava a tempestade dentro de casa. Segundo ele, foi em questão de minutos para água invadir e destruir tudo.

Foto: João Vieira/GD

“Foi muito rápido. Em menos de 20 minutos a água já estava no joelho. Meus móveis, roupas, documentos, tudo boiando. Não tenho para onde ir. Minha família é de outro município. Estou afastado do trabalho para tratar uma esquizofrenia e só consigo comprar meus remédios com ajuda da minha mãe. Agora nem isso sei se vou conseguir”, relatou.

A dona de casa Sônia Maria, 58, vive com os dois filhos, de 24 e 26 anos, e conta que esta é a segunda vez, só neste ano, que sua casa é invadida pela água. Nesse temporal, no entanto, não foi possível salvar nada.

“Na minha casa, alagou tudo em menos de 10 minutos. A água entrou com lama, caramujo, lixo da rua…Nossas coisas boiando e indo embora. É a segunda vez que isso acontece, mas agora foi muito pior. Perdemos roupas, móveis e como moramos de aluguel, não temos condições de ir para outro lugar. Não tenho dinheiro para pagar outro aluguel”, desabafou.

Foto: Reprodução

A secretária municipal de Assistência Social, Cristina Saíto, informou que apenas algumas famílias aceitaram ir para o abrigo disponibilizado pela prefeitura, porém outras medidas serão estudadas para atender todas as famílias atingigas.

“Somente 6 famílias, num total de 7 pessoas, aceitaram ser abrigadas na Escola Municipal Apolônio Frutuoso da Silva. Os demais preferiram permanecer em suas casas, mesmo após os alagamentos. Oferecemos transporte, servimos jantar, café da manhã e levamos outra refeição no fim da noite para quem ficou nas residências atingidas. Nesta segunda-feira (28), nossas equipes retornam aos bairros para avaliar a situação e definir novas medidas de apoio”, afirmou.

Chuva 

Conforme o Instituto de Meteorologia Clima Tempo, há previsão de chuva para esta segunda e terça-feira (28 e 29). A temperatura deve ficar entre 24°C e 29°C.  (Gazeta Digital)