Familiares e amigos pedem justiça por mulher assassinada a tiros por filho de deputado

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Familiares e amigos pediram justiça, nesta terça-feira (24), por Thays Machado, de 44 anos, morta a tiros pelo réu confesso Carlos Alberto Gomes Bezerra, filho do deputado federal por Mato Grosso Carlos Bezerra (MDB). A manifestação foi realizada na Praça Santos Dumont, em frente à Paróquia Nossa Senhora Mãe dos Homens, em Cuiabá.

Depois, o grupo seguiu para a missa de sétimo dia de Thays. Vestidos de branco ou com lenços com esta cor, os manifestantes clamaram por justiça e reforçaram para que o caso não fique impune.

Segundo a representante do Movimento Conecta, Maria Fernanda Figueiredo, que defende a causa das mulheres, reforçou que a manifestação é por todas as vítimas de feminicídio.

“É pela Thays. É por inúmeras outras mulheres que já foram. É pelas crianças órfãs, é pelas mães que choram por suas filhas”, contou.

A amiga de infância de Thays, Hanna Verônica, disse que o crime foi uma monstruosidade e que ela só queria viver e ser alegre.

“Hoje, Thays é representada por todas essas mulheres que buscam por justiça por ela. É o que muitas mulheres precisam fazer. Falar o que doem e onde dói. É denunciar quem agride”, afirmou.

Crime

Homem e mulher são assassinados em Cuiabá — Foto: Matheus Maurício/ TV Centro América

Homem e mulher são assassinados em Cuiabá — Foto: Matheus Maurício/ TV Centro América

Thays e o atual companheiro, Willian Machado, de 30 anos, foram assassinados, no fim da tarde de quarta-feira (18), em Cuiabá, com três tiros cada. Ela já tinha feito um boletim de ocorrência contra Carlos e, de acordo com a polícia, o crime aconteceu quando ela estava no prédio para devolver o carro que havia emprestado da mãe para buscar o namorado no aeroporto.

Câmeras de segurança registraram as vítimas caminhando juntas momentos antes de serem assassinadas.

De acordo com o delegado Marcel, o acusado premeditou o assassinato e agiu por ciúmes, sendo motivado pela “emoção de vê-la se relacionando com outro homem”.

De acordo com o delegado, familiares de Thays foram ouvidos e afirmaram que o suspeito era “extremamente ciumento e possessivo”. Ele e a vítima mantinham um relacionamento há alguns anos, entre idas e vindas. O término mais recente ocorreu há cerca de 45 dias e ela estava com o novo namorado há menos de um mês.

Na segunda-feira (23), a polícia fez busca e apreensão na casa de Carlos, onde encontrou provas que corroboram a suspeita de que ele premeditou o crime e vinha perseguindo os passos de Thays. Ele tinha gravadores e monitorava quem ligava para ela.

Investigação

A defesa informou que Carlos estava emocionalmente abalado. Ao g1, o advogado disse que aguarda o andamento do processo para se manifestar sobre o caso.

O acusado foi preso horas após cometer o crime, na quarta-feira (18). Ele passou por audiência de custódia, onde teve a prisão em flagrante convertida para preventiva e foi encaminhado para uma cela separada na Penitenciária Central do Estado (PCE), na capital. Carlos confessou ter cometido o crime.

Conforme a decisão da juíza na mudança da medida, as provas até então produzidas no processo revelam a tentativa de Bezerra de escapar da aplicação da lei penal.

Fonte: G1 MT