Ex-vendedor de loja em Cuiabá denuncia supervisor por racismo e homofobia

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O vendedor João Gabriel Guimarães Vieira, de 20 anos, denunciou um de seus supervisores após ser alvo de ataques homofóbicos e racistas enquanto trabalhava na loja Studio Z, no Centro de Cuiabá.

O boletim de ocorrência foi registrado na última sexta-feira (24) na Delegacia da Polícia Civil e o caso veio à tona nesta terça-feira (28). No B.O. ele contou que em um dos ataques foi chamado de “macaco”.

Em entrevista ao MidiaNews, João Gabriel relatou que começou a trabalhar na loja no dia 9 de julho deste ano e no início não sofria com as abordagens do supervisor.

No entanto, após cerca de duas semanas de trabalho, o homem teria começado a importunar o jovem com “brincadeiras” de cunho homofóbico, envolvendo João e o marido.

Apesar de já ter vontade de sair do serviço depois dos episódios, o jovem disse que tinha medo de perder o emprego durante a pandemia.

No entanto, pedir a demissão foi inevitável, segundo ele, depois que sofreu comentários racistas enquanto trabalhava na loja.

João Gabriel afirmou que estava em uma reunião da empresa quando o supervisor começou a conversar com outros colegas ao seu lado. O jovem pediu para o grupo fazer silêncio e, na sequência, o supervisor fez um gesto racista contra ele.

O supervisor usou as mãos para puxar suas próprias orelhas e chamou João de “macaco”. Como justificativa, o homem chegou a falar que o gesto havia sido uma brincadeira, pois o jovem teria “a orelha muito grande, que parecia de um macaco”.

“Eu conversei com o gerente maior, que pediu calma e falou que ‘todo mundo erra’, mas isso para mim não é erro, é um absurdo”, afirmou.

Como não houve suporte dos superiores, o vendedor acionou uma advogada que o orientou a registrar uma denúncia contra o supervisor, juntando provas e outros materiais que comprovassem a injúria mediante preconceito que vinhe sofrendo no trabalho.

O caso foi registrado na delegacia e agora a Polícia Civil segue investigando a ocorrência. João Gabriel disse que “aguarda a Justiça ser feita”. Ele já se desligou da loja.

 

Segundo caso de racismo

Em junho deste ano, o servidor público federal Paulo Henrique Arifa dos Santos já havia denunciado seguranças e uma vendedora da loja Studio Z alegando ter sofrido racismo ao ser acusado de roubo.

Paulo Henrique contou que comprou o sapato na Studio Z do Shopping Pantanal e pagou R$ 79,99 em espécie. Após a compra, calçou o sapato ali mesmo e se dirigiu para outra loja do shopping.

Já na outra loja, ao sair do provador, foi abordado por cerca de cinco seguranças e a vendedora da loja em que tinha comprado os sapatos.

Segundo Paulo Henrique, os colaboradores estavam acusando-o de ter furtado a peça. Diante do constrangimento, ele ficou nervoso e não conseguiu encontrar o comprovante da compra.

Em determinado momento, os seguranças queriam levá-lo para uma sala reservada. Um deles o segurou e o empurrou. Paulo Henrique acabou pisando em falso e lesionou o peito do pé direito.

Após toda a situação ele encontrou a nota fiscal que comprovou a compra do item. Parte da ação dos seguranças e da vendedora foi gravada em vídeo pela vítima.

Fonte: Midianews