Ex-secretário e lobista atuavam na venda de respiradores e testes para covid

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Relatório da Polícia Federal aponta que o advogado e ex-assessor especial da Vice-Governadoria do Estado, Rowles Magalhães, o ex-secretário de Ciências e Tecnologia e Inovação de Mato Grosso (Seciteci), Nilton Borgato, e a doleira Nelma Kodama atuavam juntos no comércio de respiradores, máscaras e testes de covid-19.

O documento aponta ainda que os federais estão investigando a viagem de um jato que teria a duração de dois dias, mas acabou sendo estendida por mais cinco dias porque um dos passageiros havia contraído o coronavírus. O trajeto era de Cascais, em Portugal, para Fortaleza (CE).

Entretanto, um dos passageiros do jato estava em Portugal e a outra passageira seria amiga de Nelma Kodama.

Consta ainda no relatório que dois dias depois da chegada prevista em Fortaleza, a aeronave realizou um pouso em Congonhas (SP) e retornou à cidade no dia seguinte.

“De acordo com as investigações, precisamente da leitura do teor dos dados telemáticos, Nilton atuou, juntamente com Rowles, Kodama e Ricardo Agostinho, no comércio de produtos da covid-19, como respiradores, máscaras e testes. Segundo a PF, seu
apelido dentro da ORCRIM é índio, e em conluio com os demais integrantes, também atuou diretamente no tráfico de internacional de entorpecentes”, afirma o documento.

OPERAÇÃO DESCOBRIMENTO

Nilton Borgato e a doleira Nelma Kodama atuavam juntos com um membro do alto escalão da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) para adquirirem cocaína e entregá-la aos fornecedores. Borgato e Kodama também eram responsáveis pela introdução da droga na Europa.

As investigações tiveram início em fevereiro de 2021, quando um jato executivo Dassault Falcon 900, pertencente a uma empresa portuguesa de táxi aéreo, pousou no aeroporto internacional de Salvador para abastecimento. Após ser inspecionado, foram encontrados 595 kg de cocaína escondidos na fuselagem da aeronave.

A partir da apreensão, a Polícia Federal conseguiu identificar a estrutura da organização criminosa atuante nos dois países, composta por fornecedores de cocaína, mecânicos de aviação e auxiliares (responsáveis pela abertura da fuselagem da aeronave para acondicionar o entorpecente), transportadores (responsáveis pelo voo) e doleiros (responsáveis pela movimentação financeira do grupo). Foi apontado que o ex-secretário teve participação no envio das remessas.

Segundo o apurado, na organização criminosa, Borgato utilizava o apelido de “Índio” e realizou diversos encontros com Rowles ao lado do Hotel Paiaguás, em Cuiabá. A identificação do ex-secretário foi descoberta após um voo ter sido cancelado e Rowles enviar o print da conversa dele com Borgato para outra pessoa.

Na imagem de contato aparecia o ex-secretário.

Fonte: Hipernotícias