A Polícia Federal prendeu, na manhã desta quinta-feira (28), o ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Célio Rodrigues, como alvo da segunda fase da Operação Curare. Além do dele, outro mandado de prisão também estaria sendo cumprido na cidade e mais um em Curitiba (PR). Ao todo, serão cumpridos 13 mandados de busca e apreensão nas duas cidades.
Célio Rodrigues, que atuou na gestão de Emanuel Pinheiro, já havia sido alvo da ação na primeira fase, quando foi decretado seu afastamento da pasta.
A operação ocorre para combater atos de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo desvio de recursos públicos destinados à Saúde.
Como apruado na primeira fase da Operação Curare, um grupo empresarial, que fornece serviços à Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá e que recebeu, entre os anos de 2019 e 2021, mais de R$ 100 milhões, manteve-se à frente dos serviços públicos mediante o pagamento de vantagens indevidas, seja de forma direta ou por intermédio de empresas de consultoria, turismo ou até mesmo recém transformadas para o ramo da saúde.
Após o ingresso dos recursos nas contas das empresas intermediárias, muitas vezes com atividades econômicas incompatíveis, os valores passavam a ser movimentados, de forma fracionada, por meio de saques eletrônicos e cheques avulsos, de forma a tentar ocultar o real destinatário dos recursos.
A movimentação financeira também se dava nas contas bancárias de pessoas físicas, em geral vinculadas às empresas intermediárias, que se encarregavam de igualmente efetuar saques e emitir cheques, visando a dissimulação dos eventuais beneficiários.
Paralelamente, o grupo empresarial investigado na primeira fase da Operação Curare promovia supostas “quarteirizações” de Contratos Administrativos, que viriam a beneficiar, em última instância, o servidor responsável pelas contratações com a Secretaria Municipal de Saúde e Empresa Cuiabana de Saúde Pública, incluindo o pagamento de suas despesas pessoais.
O nível de aproximação entre as atividades públicas e privadas dos investigados envolveu a aquisição de uma cervejaria artesanal, em que se associaram, de forma oculta, o então servidor público e o proprietário do grupo empresarial investigado.
Fonte: Hipernotícias