Pandemia do coronavírus, decretos, imposição do distanciamento social, quarentena e decisão do Tribunal Superior Eleitoral remarcando as eleições de 2020, para 15 de novembro, têm deixado os consultores de marketing em todo o país, em alerta. Sobretudo, já reestudando sobre quais, de fato, serão as ferramentas mais eficientes a serem utilizadas em pleitos que ocorrem dentro de um momento de profunda atipicidade.
E em alvoroço partidos e pré-candidatos que têm – de acordo com o que determina a Emenda Constitucional 107/2020 -, até o dia 16 de setembro como data limite para realização das convenções.
Ou seja, com uma corrida eleitoral que cada vez mais se avizinha. E com a exigência de que líderes partidários e os nomes escolhidos nestas convenções estejam preparados para um jogo político que não abre mão de nenhuma estratégia. Ao contrário, com muitos até prontos a ultrapassarem todos os limites jurídicos para assegurarem vitória nas urnas.
Mesmo que a lei – de nº 9.504/1997 – seja clara, quanto as ações permitidas aos atores políticos. Ficando vedado a estes agentes públicos a prática uma série de condutas como, comumente, ocorrem quanto ao uso de cargos e funções públicas em benefício de determinadas candidaturas e partidos. Com consequências jurídicas duras para aqueles que desrespeitarem a igualdade de oportunidades entre candidatos na disputa.
Assim, para aqueles que precisam estar pronto neste momento de excepcionalidade, em particular, em Mato Grosso, onde ocorrerão concomitantemente dois pleitos, as municipais e a suplementar para a vaga do Senado, deixada com a cassação da ex-congressista Selma Arruda(Podemos), precisam entender que se as regras eleitorais praticamente continuam as mesmas, as ferramentas, contudo, prometem ser diferentes.
Para explicar as armas que mais deverão ser utilizadas nestas eleições, mesmo que muitas delas sejam conhecidas dos que vão colocar seus nomes nas urnas, o site O Bom da Notícia foi buscar um expert nesta área: o sociólogo e especialista em Marketing Político e Digital, Marcelo Senise, Ceo da empresa Inteligência Artificial e Monitoramento das Redes. Que assegura que mesmo que as ferramentas pareçam, à primeira vista, as mesmas elas chegam, entretanto, em formatos bem inovadores.
Adiantando que aqueles que melhor manusearem as mídias digitais já sairão na frente de seus adversários. Sobretudo, que os candidatos que tiverem algumas estratégias prontas, capazes de evitar ataques como, por exemplo, os Fake News que confundem e interferem no voto do eleitor, vão andar em águas bem mais tranquilas. Provando que estas eleições – podem ter regras e armas conhecidas – mas, paralelamente, chegam com alguns elementos novos que precisam ser levados em consideração. Prometendo uma boa queda de braço a partidos, candidatos e, claro, para os eleitores que deverão escolher seus representantes, sob um olhar de mais acuidade. Principalmente com campanhas que deverão deixar de lado o corpo a corpo, levando os atores políticos para um ambiente mais virtual.
Neste novo formato de pedir ao eleitor ‘o velho e bom voto de confiança, o expert em inteligência artificial, Marcelo Senise, orienta que os candidatos usem, enquanto há tempo, os serviços de machine learning, ou melhor, o aprendizado da máquina [área da ciência da computação que permite automatizar respostas ao usuário a partir de inteligência artificial e big data]. ‘Monitorando ameaças e, melhor, se antecipando a estes ataques ou detratações[intrigas]’.
“Com o avanço da tecnologia, quem tiver acesso primeiro às ferramentas, acabarão desfrutando de uma enorme vantagem competitiva. Obviamente, é preciso salientar que também não adianta ter um avião supersônico se não souber pilota-lo”.
Salientando que, porém, quando se fala em estratégia é necessário frisar que não existe ‘receita mágica’ capaz de assegurar uma corrida eleitoral vitoriosa. Mas há como garantir ao candidato possibilidades melhores, dentro deste projeto eleitoral. Aumentando as chances de sucesso e reduzindo investimentos e desgastes.
“Cada vez mais as realidades e modos de ação do candidato estão nivelados ao de seu eleitor. Usando uma analogia com o método de mídia digital atual, usávamos uma metralhadora para atingir um público mais amplo possível. Hoje, com auxílio de um conjunto de ferramentas em machine learning, é como se usássemos um rifle snipper, falando de pessoa a pessoa de forma personalizada. Mas para isto, claro, o primeiro passo é um estudo aprofundado para conhecer seu eleitor e a linguagem que ele usa. Isso permite maior conversão com menos investimento”, aponta.
O especialista ainda assevera que o mais importante, neste momento é descobrir a mensagem mais eficaz. E que ela seja forte, clara e verdadeira. “O eleitor está mal humorado. Não está procurando muita pirotecnia e superproduções. Ele está buscando a verdade, pois cansou do efeito manada. Cansou de ser massa de manobra. Sobretudo, hoje dentro das redes, ele terá o direito de ser o protagonista desta história eleitoral. Em uma campanha curta, com regras rígidas sanitárias, desta forma, sem aglomerações, sem palanques ou grandes reuniões por conta da pandemia. Apontando que ele quer algo novo para representa-lo”.
Não esquecendo, porém, de analisar que ainda vale aquele mesma regra do marketing que diz que para uma campanha deslanchar leva-se em conta o candidato, o público e aquelas particularidades que fazem a diferença dentro de cada nicho de atuação.
Ou seja, ainda diz Senise, para alguns candidatos talvez a interação pelo Facebook ou Twitter seja suficiente, para outros o direcionamento de virais em blogs ou vídeos no YouTube, podem ser boas alternativas.
“Não posso deixar de mencionar que cada canal e plataforma tem formato e linguagem própria. Devendo-se, portanto, produzir conteúdo específico para cada um. Pois há anos tenho visto os mesmo erros serem cometidos, em particular, por aqueles candidatos que têm uma baixa produção de conteúdo, tornando enfadonhos seus preciosos minutos em rádio e tevê, dentro do horário eleitoral. Assim, o uso da tecnologia serve para que o candidato se conheça dentro da disputa, que conheça seu eleitorado e, sobretudo, saiba quem são seus concorrentes”, finaliza Senise, ao frisar que estas regras são as bases de suporte para uma campanha de sucesso.
Fonte: O Bom da Notícia