O piloto Gabriel Toledano, formado em ciência aeronáutica no Rio de Janeiro, classificou como “bizarra” e “absurda” a evacuação do voo da Azul Linhas Aéreas no Aeroporto Internacional Marechal Rondon, no final de novembro.
Toledo é criador do canal Aerocast, com mais de 90 mil seguidores no YouTube, e tem o conteúdo voltado para casos curiosos da aviação.
Na última semana, o piloto comentou o acidente, que ocorreu no dia 25, em que nove passageiros ficaram feridos durante a evacuação do voo AD 2751, em Várzea Grande.
O inicio da confusão ocorreu após o piloto fazer uma decolagem abortada e frear bruscamente, considerado um procedimento padrão para quando ocorre algum problema, segundo o especialista.
A decisão de cancelar a decolagem, de acordo com Toledano, é uma decisão do comandante e foi tomada porque foi identificado uma pane hidráulica na aeronave. No entanto, a evacuação, que ele chamou de ‘bagunçada’, só ocorreu por causa do passageiro sentado na porta de emergência.
Segundo Gabriel Toledano, essa pessoa se assustou com uma luz vermelha, que indica que os motores estão se movimentando e ele achou que o avião estava pegando fogo.
“Ele gritou ‘Fogo!’, abriu a porta de emergência e saiu do avião desesperado”, explicou o especialista.
Assim que isso aconteceu, o piloto afirma que gerou um ‘comportamento de manada’, em que os outros passageiros não sabiam o que estava acontecendo e correram para sair juntos.
Devido ao alarde, os tripulantes saíram enquanto os motores da aeronave ainda funcionavam e foram atingidos pelo sopro. Uma mulher quebrou a perna ao pular da porta direto para o chão, pelo desespero.
“Nesse momento, enquanto a tripulação ainda estava entendendo o que estava acontecendo, vem esse cara e grita, sai correndo e as pessoas vão atrás dele e vira pânico a bordo”, afirmou.
Toledo explicou, ainda, que o desespero fez com que os comissários optassem pela evacuação.
“É um absurdo, o cara se assustou e no desespero saiu. Foi bizarro. […] É a evacuação mais doida que já vi na minha vida”, disse.
O piloto ainda afirmou que a situação poderia ter sido muito mais grave, por isso reforçou a necessidade de respeitar as comissárias e comissários, já que para a evacuação ou abertura da porta de emergência é necessário o comando deles.
“Você tem que obedecer ao profissional que está ali, ele não serve só água e comida para você, ele serve segurança”, alertou.
No entanto, contrariando a análise do especialista, uma passageira do voo que se machucou, contou outra versão:
“Eu estava nesse voo e fui uma das pessoas que machucou, a turbina me jogou muito longe e inclusive machuquei toda minha perna direita e esquerda e a evacuação só aconteceu porque a aeromoça pediu a evacuação de emergência, tanto é que quando eu desci pelo escorregador de emergência pela asa, ela já estava lá fora do avião, tinha descido primeiro que os passageiros sendo que ela não podia fazer isso, ela gritava e corria. Então foi bizarra e absurda a reação e o despreparo da aeromoça isso sim”. (Glaucia Fernanda).
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Fonte: Midianews