“Eu tinha pegado os pedidos para fazer entrega e desci pelo entroncamento, a chuva estava de encontro comigo, a viseira embaçou porque eu estava respirando, quando me deparei já estava no meio da água. O pneu dianteiro da moto entrou em um buraco e a força da água foi puxando. Um senhor ainda pegou na minha mão um pouco e depois soltou. Eu fiquei segurando a moto, mas não tive mais forças. Uma hora pensei: ‘ou eu ou ela’. Foi quando soltei a moto”, lembra.
O asfalto na rua Rua Osvaldo da Silva Corrêa cedeu e o entregador chegou a ficar pendurado em uma árvore.
Para também não ser puxado pela água, Edson conseguiu se segurar em alguns galhos. Logo depois ele comunicou a empresa onde trabalha e um parceiro de serviço chegou para ajudá-lo.
Um vídeo mostra o trabalhador tentado encontrar a moto com um galho de árvore. Ele afirma que ficou no local até o amanhecer com esperança de encontrar o veículo, porém, sem sucesso.
Atualmente, Edson cumpre aviso prévio em uma empresa onde trabalha como motorista de pet shop. No entanto, de acordo com ele, o salário não era suficiente e ele decidiu trabalhar com as entregas de domingo a domingo.
“A moto estava sendo meu ganha pão, principal fonte de renda. Nesse trabalho que estou, cumpro aviso, final do meu mês eu saio, pois não estava gerando um salário suficiente. Peguei a moto para trabalhar e era a única renda que eu estava tendo. Quando não dava, minha mãe e sogra me ajudavam, quando podiam”, conta o morador do bairro Doutor Fábio 2.
O proprietário do estabelecimento onde o entregador trabalha, Gustavo Silva, também esteve no local. Ele conta que 10 minutos depois que Edson saiu para fazer as entregas, ele recebeu a ligação. “Ele ligou, falou que quase teria morrido e que estava pendurado em árvore. Eu parei o expediente e ficamos lá, quando ele me ligou era por volta das 2h05 da manhã, ficamos até 6h30 esperando a água abaixar”, diz.
Neste período, eles presenciaram diversos acidentes no mesmo trecho. O Corpo de Bombeiros e a Policia Militar estiveram no local, porém não teriam sinalizado o trecho.
Ainda conforme Gustavo, depois da divulgação do vídeo de Edson nas redes sociais, uma pessoa entrou em contato e informou que pretendia criar uma vaquinha virtual para ajudá-lo.
Testemunhas contam que a Águas Cuiabá teria realizado alguns serviços na via há algumas semanas. A reportagem entrou em contato com a Concessionária que ficou de se posicionar sobre o caso.
Edson mantém o telefone disponível para quem quiser entrar em contato e ajudar. (65) 99316-3693.
Veja vídeos:
