Uma análise divulgada nesta quarta-feira (04.11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), como parte da Síntese de Indicadores Sociais 2024, destaca o Entorno Metropolitano de Cuiabá com uma das maiores proporções de pobreza entre áreas urbanas do Centro-Oeste. Em 2023, 29,9% da população da região vivia com menos de US$ 6,85 por dia, linha de pobreza definida pelo Banco Mundial para países de renda média-alta.
O índice está na terceira faixa mais alta do levantamento, ao lado de regiões como o Arco Metropolitano de Nova Iguaçu (33,9%), no Rio de Janeiro, e a área integrada de Brasília em Goiás (27,6%). “O detalhamento por estratos permite ver a desigualdade regional, uma vez que os dados por unidades da federação colocaram todas as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste dentro dos menores valores encontrados”, observa Leonardo Athias, gerente da SIS.
No âmbito estadual, Mato Grosso também apresenta desafios no acesso ao saneamento básico. Apenas 32,6% da população têm esgotamento sanitário via rede geral ou pluvial, um dos menores índices do país, contra uma média nacional de 61,8%. O estado lidera o uso de fossas sépticas não conectadas à rede geral, com 42,4% da população recorrendo a esse tipo de estrutura – quase o triplo da média nacional, de 15,5%.
Na capital, Cuiabá, os números são melhores, mas ainda mostram disparidades: 62,3% da população têm acesso à rede de esgoto, enquanto 18,3% utilizam fossas sépticas e 2,2% fossas rudimentares. No país como um todo, o índice de acesso adequado a esgotamento sanitário (acesso domiciliar a esgotamento por rede coletora ou pluvial) chamou a atenção.
Em 2023, 67,9% das pessoas viviam nessas condições. As desigualdades regionais mais uma vez aparecem quando se nota que havia estratos com os piores indicadores (até 57,7% das pessoas com acesso a esgotamento adequado) em todas as regiões do país, mas concentradas no Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Fonte: PNB