Desde o dia 5 de junho, os cariocas contam com uma alternativa de transporte público que, há cerca de cinco anos, é aguardada pelos cuiabanos.
Trata-se do Veículo Leve Sobre Trilho (VLT), que, na capital fluminense, teve suas obras iniciadas e parte delas entregue em, aproximadamente dois anos e meio.
Na capital mato-grossense, o modal tinha promessa inicial de ficar pronto em junho de 2014, no período da Copa do Mundo, porém suas obras estão paralisadas desde dezembro do mesmo ano.
Ainda em fase de testes no Rio de Janeiro, o VLT transformou-se em uma das grandes novidades da cidade. O modal recebeu R$ 1,5 bilhão em nvestimentos e tem atraído diversas pessoas, que fazem filas para andar pela primeira vez.
O novo eio de locomoção oferece passagem gratuita em suas primeiras semanas de funcionamento.
Considerado um transporte moderno, uma versão atual e mais ágil dos bondes, o chamado VLT Carioca teve suas obras iniciadas em janeiro de 2014.
Tinha como um de seus objetivos, ao ser idealizado, auxiliar no transporte durante os Jogos Olímpicos de 2016, que acontecem em agosto.
Por enquanto, foi entregue apenas o primeiro trecho do modal, que contará com mais outros dois, que deverão ser entregues a partir do segundo semestre deste ano.
Atualmente, três veículos circulam das 10h às 17h, pelo primeiro trecho. A expectativa é de que, quando todos for entregue, o modal passe a circular 24 horas por dia.
A tarifa, ainda sem previsão para começar a ser cobrada, deverá ser R$ 3,80.
Fernando Frazão/Agência Brasil
Transporte está sendo gratuito na capital fluminense, em suas primeiras semanas
A reportagem do MidiaNews andou no VLT Carioca para conhecer mais sobre o transporte que se tornou uma espécie de “lenda” em Mato Grosso.
No dia em que a reportagem esteve no local, havia funcionários auxiliando os passageiros e distribuindo panfletos com informações sobre o veículo.
Uma das principais orientações era sobre o cuidado que deveria ser tomado ao trafegar por regiões por onde o VLT transita.
Pelo fato de ser um veículo silencioso, os funcionários aconselhavam atenção redobrada a todos que andassem em lugares por onde o modal passa.
Eram 12h30, e diversas pessoas se aglomeravam em um dos pontos de embarque e desembarque, no Centro. Entre os que aguardavam o veículo, grande parte o utilizaria pela primeira vez.
A expectativa sobre o modal aumentou logo que o VLT foi avistado no trilho, vindo em direção ao ponto.
O veículo então parou, abriu suas portas e começou a receber os passageiros. Na primeira impressão, entre cariocas e turistas, diversas pessoas elogiavam a aparência, alguns classificando-o como ”moderno”.
O trecho do modal que está em funcionamento possui 18 quilômetros de extensão, tem oito paradas e liga o terminal de cruzeiros da Praça Mauá ao Aeroporto Santos Dumont.
O veículo passa pela parte central da capital fluminense. Poucos utilizavam o VLT como transporte único, muitos aguardavam para descer em outro ponto e fazer conexão com ônibus, trem ou metrô para chegar aos seus destinos.
Trajeto do VLT
Os ares de novidade do VLT ficavam claros diante das diversas fotografias tiradas pelos passageiros. As imagens seriam utilizadas para mostrar que eles haviam andado em uma das novidades do Estado que vai sediar as Olimpíadas de 2016.
Durante o trajeto, a principal reclamação foi quanto à lentidão. O modal remete aos bondes, que possuem velocidade menor e são mais devagar em seus percursos.
Em Cuiabá, um levantamento feito pela empresa KPMG apontou que o VLT também será lento. Conforme o estudo, deverá ser mais rápido andar de ônibus do que com o novo modal.
“Os espaços entre os bancos comportam somente uma pessoa, isso acaba dificultando. Nos ônibus e no metrô os espaços são maiores”, reclamou um dos passageiros.
Entre os problemas enfrentados desde a inauguração, em 5 de junho, está um “apagão”, ocorrido no dia seguinte ao início do funcionamento. Um dos trens sofreu uma pane elétrica por volta das 15h, enquanto seguia para o Aeroporto Santos Dumont.
Nenhum passageiro ficou ferido e, cerca de 20 minutos depois, o veículo voltou a funcionar.
No percurso feito pela reportagem do MidiaNews, alguns passageiros fizeram elogios aos vagões do VLT Carioca, considerado moderno por muitos.
Durante o trajeto, que passa por lugares históricos, também era possível contemplar a vista da Cidade Maravilhosa.
A cada nova parada do modal no centro da cidade, mais pessoas entravam e poucas desciam. As reclamações sobre o pequeno espaço do veículo eram constantes.
Ao final da viagem, alguns passageiros desceram descontentes e outros tiveram a esperança de que as dificuldades encontradas ocorressem somente no período de teste.
“As coisas estão assim porque ele está começando a rodar agora”, disse uma mulher à amiga que a acompanhava.
Opção para conectar transporte
No Rio de Janeiro, o VLT surgiu como uma nova opção para interligar os transportes, pois o Município também possui ônibus, metrô, aeroportos, teleférico, barcas e rodoviária.
Outra opção de locomoção na cidade é o Bus Rapid Transit (BRT), que chegou a ser anunciado como o novo modal de transporte público de Cuiabá para 2014, mas logo foi substituído pelo projeto do VLT.
Ao todo, os trechos do veículo carioca, que teve seus vagões produzidos pela empresa Alstom Transport, terão 28 quilômetros de extensão e deverão ligar o Centro à Região Portuária da Capital Fluminense. Os vagões do VLT de Cuiabá Várzea Grande foram fabricados pela espanhola CAF.
A Prefeitura do Rio de Janeiro acredita que o VLT deve reduzir em 30% o tempo de viagem dos ônibus que circulam pelo Centro.
A expectativa é de que, quando forem concluídos os trechos do VLT, ele se torne o principal meio de integração do transporte público, conectando-se aos outros veículos.
Reprodução
Ex-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa havia anunciado VLT para a Copa do Mundo, em 2014
O VLT Carioca é o mais novo a ser inaugurado no País. No entanto, não é o único no Brasil. O Estado do Ceará possui o Metrô do Cariri, que tem composições do tipo VLT em sua estrutura. Há também Veículo Leve Sobre Trilho em Maceió (AL) e em Santos (SP).
VLT de Mato Grosso
E contrapartida aos VLTs que rodam em todo o Brasil, o meio de transporte em Mato Grosso nunca rodou sequer um quilômetro.
Apesar de os seus vagões terem chegado ao Estado e parte de seus trilhos ter sido feita, o veículo não tem prazo nem para a retomada de suas obras.
Atualmente, há uma polêmica entre o Governo e o Consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande, formado pelas empresas Santa Bárbara, CR Almeida, CAF Brasil Indústria e Comércio, Magna Engenharia Ltda. e Astep Engenharia Ltda.
Idealizado para a Copa do Mundo de 2014, o veículo deveria ficar pronto antes do início do Mundial. As obras na capital mato-grossense começaram em junho de 2012 e estão paralisadas desde dezembro de 2014.
A obra já consumiu R$ 1,06 bilhão do Estado e, de acordo com um relatório elaborado pela consultoria KPMG, encomendada pelo Governo, seriam necessários mais R$ 602 milhões para sua conclusão.
No entanto, segundo a Secretaria de Cidades (Secid), o Consórcio afirma que serão necessários mais R$ 1,3 bilhão.
Em razão da discordância entre o valor apontado pelo Governo e o do consórcio, a questão foi encaminhada à Justiça Federal, que deverá determinar o dinheiro que será acrescentado ao modal, que percorrerá 22 quilômetros na Capital e terá duas linhas.
Enquanto segue a discordância entre o Estado e o Consórcio, torna-se cada vez mais distante a promessa da chegada do VLT à Capital.
Assista a um vídeo feito pela reportagem do MidiaNews, durante o trajeto com o VLT Carioca; e, abaixo, um vídeo feito por uma equipe de divulgação das Olimpíadas sobre o transporte: