O produtor rural Guilherme Scheffer, do Grupo Scheffer, foi destaque no cenário internacional ao estampar a Revista Forbs no mês passado. A revista abordou a agricultura regenerativa aplicada pelo produtor e que se tornou uma verdadeira “fabrica” de dinheiro.
Agricultura regenerativa nada mais é do que um conjunto de práticas agrícolas que permitem manter e recuperar a ‘saúde’ do solo, melhorando suas propriedades físico-químicas e aumentando biodiversidade nativa usando joaninhas, minhocas, tesourinhas, formigas lava-pés, grilos, aranhas e abelhas. Guilherme também afirma que cogumelos embaixo dos pés de soja e de algodão é um luxo do qual “precisa” usufruir.
“É fantástica a experiência de ficar olhando esse ciclo. Por exemplo, a gente tinha um problema de caramujos, que comiam a plantação. Um dos seus inimigos naturais é a formiga lava-pés, que se alimenta de insetos. Hoje são elas que controlam a praga dos caramujos. Não por acaso, a Scheffer já investiu R$ 35 milhões na construção de uma biofábrica com 14 reatores para a produção de insumos biológicos”, diz trecho da publicação.
A Fazenda Três Lagoas, da Scheffer, em Sapezal (480 km de Cuiabá), é a primeira propriedade rural brasileira a ser certificada pelas práticas inovadoras.
Da biofábrica saem insumos como bactérias e fungos controladores de pragas e doenças nas lavouras. No ano passado, a Scheffer produziu 5 milhões de litros aplicados em suas lavouras, entre elas o algodão.
Não fosse pela adoção da agricultura regenerativa, que está mudando radicalmente o modelo de negócio, os planos da família de origem paranaense de internacionalizar suas operações seriam apenas mais um caso de investimento na América Latina, como já ocorre com uma leva de produtores, cooperativas e agroindústrias brasileiras instaladas na Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile. Com 1.800 funcionários, cultivo de 225 mil hectares juntando as duas safras de uma mesma área e receita de R$ 1,55 bilhão no ano passado – valor 55% acima de 2019 e previsão de R$ 1,77 bilhão em 2021 –, a Scheffer quer ser referência em agricultura regenerativa, levando o modelo para o centro estratégico do crescimento da empresa. Há ainda no negócio 27 mil hectares de terras para a pecuária, com abate de 25 mil bovinos em sistema semiconfinado, por ano, e 140 mil hectares de terras preservadas como reserva e áreas de proteção
permanente.
Fonte: Repórter MT/Com Forbes