O empresário Alexandre Franzner Pisetta, de 41 anos, acusado de agredir, estuprar e ameaçar de morte a ex-namorada Stephany Leal, de 21, já foi processado pelos crimes de perturbação da tranquilidade, injúria, calúnia e ameaça cometidos contra outra ex-companheira, em novembro de 2018, em Cuiabá. O agressor, no entanto, não foi condenado porque em maio de 2022 os crimes prescreveram e a punibilidade foi extinta.
De acordo com a denúncia, a primeira vítima do agressor namorou com ele por um ano e, após quatro meses do término do relacionamento, Alexandre ainda não havia se conformado e não parava de mandar mensagens no WhatsApp da ex. Nas mensagens, o agressor dizia que a vítima não prestava e que saía com vários homens, inclusive chefes do local onde ela trabalhava.
Alexandre foi bloqueado no aplicativo da vítima e, então, passou a enviar as mensagens ofensivas para os telefones dos pais dela, usando números da mãe dele e de uma funcionária da casa.
Em uma das situações mais graves, o criminoso disse que, se a vítima fosse à polícia para denunciá-lo, ela iria conhecê-lo de verdade.
“Agora se ela me colocar na polícia aí sim ela vai me conhecer. (…) Acho bom pensarem bem antes de fazer qualquer coisa que dessa vez não vou deixar barato uma p*ta querer me f*der de novo. Tá avisada”, diz trecho de uma das mensagens.
A vítima temia pela própria vida e pediu medida protetiva.
Caso recente
Nessa quinta-feira (4), Alexandre Franzner Pisetta foi preso em flagrante por agredir a também ex-namorada Stephany Leal. O modus operandi do criminoso neste caso se assemelha ao anterior, pois, de acordo com a segunda vítima, ele também a atacava dizendo que ela “não presta” e que se relacionava com outros homens. O agressor ainda acusou Stephany de manter envolvimento com chefes dela.
Neste segundo caso, no entanto, a situação se agravou ainda mais, pois, além das agressões psicológicas, Alexandre agrediu a vítima fisicamente com extrema violência, como é possível ver em imagens divulgadas por Stephany nas redes sociais.
As imagens foram captadas pela câmera de segurança da casa do agressor. Em uma das situações, o criminoso aparece cometendo abuso sexual contra a vítima.
A maioria das agressões ocorreu em maio deste ano, quando Stephany decidiu pôr fim ao relacionamento. Ele não teria se conformado e passou a persegui-la e ameaçá-la. A vítima denunciou o caso à polícia e pediu medida protetiva, que foi descumprida por Alexandre.
Apesar da gravidade dos crimes, ele não havia sido preso, fato que motivou Stephany a expor o caso nas redes sociais, em razão de uma nova ameaça de morte. Após a exposição, o caso gerou mobilização popular e de autoridades, e Alexandre foi preso. Durante audiência de custódia, a prisão dele foi convertida em preventiva.
Na decisão que manteve a prisão, o juiz João Bosco Soares da Silva, do Núcleo de Audiências de Custódia, ressaltou que “a situação dos autos é muito delicada e exige toda cautela, de modo a evitar que descambe para novos atos de agressão que podem chegar a um feminicídio. No depoimento que prestou, a vítima deixou claro que teme por sua vida e integridade física”. (Repórter MT)
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