A juíza Ana Cristina Mendes, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, publicou edital para leilão um imóvel de Antônio Rodrigues de Carvalho, proprietário da Santorini Empreendimentos Imobiliários. A empresa está ligada a uma fraude de R$ 31,7 milhões. Antônio figura como delator premiado.
Segundo despacho de Ana Cristina publicado na sexta-feira (11), o leilão deve ocorrer nos dias 23 de junho (1ª praça) e 7 de julho de 2021 (2ª praça). O bem que será disponibilizado é uma casa do loteamento Parque Ouro Branco, em Várzea Grande, com 79,455 m² de área útil. A residência possui varanda, sala de estar/jantar, cozinha, área de serviço, estacionamento para um veículo, dois banheiros, e é avaliada em R$ 150 mil.
Antônio Rodrigues se envolveu em irregularidades durante a gestão do ex-governador Silval da Cunha Barbosa, fatos revelados durante a Operação Sodoma, quarta fase. As diligências realizadas evidenciaram pagamento da desapropriação do imóvel conhecido por Jardim Liberdade, localizado nas imediações do Bairro Osmar Cabral, nesta Capital, no valor total de R$ 31 milhão à empresa Santorini Empreendimentos Imobiliários Ltda, proprietária do imóvel, se deu pelo propósito específico de desviar dinheiro público do Estado de Mato Grosso em benefício da organização criminosa liderada por Silval.
Segundo investigação, participaram da fraude, além de Silval Barbosa, Pedro Jamil Nadaf (ex-secretário chefe da Casa Civil), Francisco Gomes de Andrade Lima Filho (procurador de Estado aposentado), Marcel de Cursi (ex-secretário de Fazenda), Arnaldo Alves De Souza Neto (ex-secretário de Planejamento), Afonso Dalberto (ex-presidente do Intermat), além do proprietário do imóvel, Antonio Rodrigues Carvalho, seu advogado Levi Machado, o operador financeiro do grupo criminoso, Filinto Muller, e os empresários Valdir Piran e Valdir Piran Junior, pai e filho.
De todo o valor pago pelo Estado pela desapropriação, o correspondente a 50%, ou seja, R$ 15,8 milhões, retornaram via empresa SF Assessoria e Organização de Eventos, de Propriedade de Filinto Muller, em prol do grupo criminoso.
De acordo com a investigação, a maior parte do dinheiro desviado, no montante de R$ 10 milhões, pertencia ao chefe Silval Barbosa, ao passo que o remanescente foi dividido entre os demais participantes, no caso os ex-secretários Pedro Nadaf, Marcel De Cursi (Fazenda), Arnaldo Alves de Souza Neto (Planejamento), Afonso Dalberto (Intermat) e o procurador aposentado, Chico Lima.
Fonte: Olhar Direto