Empresário cuiabano liderava contrabando de medicamentos que movimentou R$ 4 milhões

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Um empresário cuiabano era o responsável pelo esquema de contrabando de medicamentos, que operava em 16 estados brasileiros, desbaratado pela Polícia Federal nesta quinta-feira (17). Segundo a PF, que cumpriu 32 mandados em 6 estados, em parceria com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os contrabandistas movimentaram mais de R$ 4 milhões apenas nos últimos dez meses.

Chefe do esquema criminoso, o empresário de Cuiabá não tinha autorização da Anvisa para comercializar medicamentos e sua empresa, uma distribuidora de medicamentos, tinha no registro o mesmo endereço da clínica de estética da esposa.

Segundo a PF, o esquema começou por intermédio de estudantes brasileiros de Medicina no Paraguai, que ajudavam a estabelecer contato com os produtores dos medicamentos em Pedro Juan Caballero. No Brasil, empresas de fachada eram usadas para “esquentar” as notas da comercialização dos documentos.

De acordo com a Polícia Federal, os medicamentos de origem criminosa e, em alguns casos falsos, circulavam por vários hospitais e clínicas pelo país e inclusive em unidades hospitalares do Sistema Único de Saúde. A maior preocupação é que os medicamentos falsos eram comercializados para pacientes com doenças autoimunes, que dependiam desses medicamentos para que o quadro clínico não evoluísse para um quadro mais grave.

A Operação Autoimune foi deflagrada após análise de material apreendido na operação Operação Miastenia, em agosto deste ano. Ambas as operações foram concretizadas a partir de uma apreensão no final de 2021 realizada no aeroporto de Campo Grande (MS), em que foram encontrados medicamentos sem autorização da Anvisa para circular no Brasil. Os medicamentos viriam para Cuiabá.

“Como a empresa que importou esse medicamento está sediada em Cuiabá, a investigação correu aqui nessa unidade da Polícia Federal. Através da análise e acompanhamento dessa célula criminosa se verificou que existiam quatro núcleos principais: um núcleo de importadores, pessoas que vendiam os medicamentos a partir do Paraguai; um núcleo de transportadores; um núcleo de intermediadores, que eram pessoas incumbidas de fazer a pulverização varejista desses medicamentos e outras substâncias (…); e por fim o núcleo dos compradores, que são aquelas pessoas que compravam esses medicamentos em maior quantidade”, explicou o delegado Jorge Vinícius Gobira Nunes.

O material apreendido na operação realizada nesta quinta-feira será periciado. Segundo a Polícia Federal, a pena para o crime pode chegar a 23 anos.

Fonte: Repórter MT