Empresário cuiabano investigado na CPI da covid volta à cena sob suspeita em esquema de fraude no INSS

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Personagem na CPI da covid por suposta lavagem de dinheiro, encerrada em 2021, o empresário cuiabano Danilo Trento voltou a aparecer nas investigações da Polícia Federal, agora como suspeito de atuar em um esquema de fraudes bilionárias nos pagamentos do INSS. Segundo a PF, ele teria atuado ao lado do ex-procurador-geral do INSS, Virgílio Antônio de Oliveira Filho, que foi afastado do cargo após suspeitas de envolvimento no escândalo. As informações são do SBT.

Virgílio foi nomeado procurador-geral do INSS em 2020, durante o governo de Jair Bolsonaro, e permaneceu no cargo até 2022. Depois, atuou como consultor jurídico do Ministério do Trabalho e Previdência, voltando em setembro de 2023, já na gestão de Lula, ficando até abril de 2025. Segundo a PF, ele receberia 5% em um esquema de descontos irregulares aplicados a aposentados e pensionistas.

Trento foi indiciado na CPI da covid por crimes como fraude em contratos durante as negociações para compra de vacinas com indícios de superfaturamento. Na ocasião, ele foi apontado como operador ligado à empresa Precisa Medicamentos, investigada por negociar imunizantes a preços inflacionados com o Governo Federal durante a pandemia.

Outro nome que reaparece é o de Maurício Camisote, citado na CPI como possível financiador oculto da Precisa. Agora, a PF afirma que ele seria sócio oculto da Ambec, associação responsável por um volume de R$ 178 milhões em descontos concedidos entre 2019 e 2024, período que abrange o governo Jair Bolsonaro e parte do governo Lula.

O esquema foi alvo de apuração da Controladoria-Geral da União e da Polícia Federal já durante o atual governo. Em entrevista ao portal UOL nesta quarta-feira (15), o ex-presidente Jair Bolsonaro reconheceu a possibilidade de irregularidades no INSS durante sua gestão. “Você pode até buscar, mas como zero absoluto, não tem como chegar lá. Tem que investigar. Se, por ventura, alguém do meu governo fez algo de errado, pague. Ponto final.” (HNT)