Embaixador da Copa do Catar diz que homossexualidade é ‘dano mental’ e entrevista é interrompida

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Khalid Salman, ex-jogador da seleção do Catar e embaixador da Copa do Mundo, disse que a homossexualidade é um “dano mental” e que os homossexuais que vão acompanhar o Mundial in loco devem “aceitar as regras” do país árabe. A declaração aconteceu em uma entrevista para o canal de televisão alemão ZDF, exibida nesta terça-feira.

O ex-jogador afirmou ainda que a homossexualidade é “haram”, um pecado proibido no Islã, religião predominante no Oriente Médio. A entrevista foi interrompida de maneira abrupta após os comentários homofóbicos de Salman. Na contramão dessa declaração, a Fifa disse que todos serão bem-vindos na Copa. Ela teria aval do mandatário do Catar para isso.

O Catar, onde a homossexualidade é proibida por lei, é frequentemente alvo de críticas pelo seu posicionamento com relação aos direitos das mulheres e pessoas da comunidade LGBT+. Desde que o reino do Golfo foi escolhido pela Fifa para sediar o Mundial, em 2010, diversas denúncias de violação aos direitos humanos foram relatadas, principalmente em referência aos imigrantes que trabalharam nas obras para a Copa.

Os capitães de seleções europeias, como Inglaterra, França e Alemanha, devem usar braçadeiras com as cores do arco-íris e a mensagem “One Love” (“Um Amor”, em tradução literal) como parte de uma campanha antidiscriminação. No sábado, torcedores alemães pediram boicote do país à Copa do Mundo no Catar.

Em protesto à realização do Mundial no Catar, a França vetou a realização de eventos oficiais e a instalação de telões na cidade para a transmissão dos jogos. Por sua vez, a Dinamarca decidiu “apagar” o seu escudo nos uniformes que irá utilizar durante a competição.

A ministra do Interior da Alemanha, Nancy Faeser, classificou os comentários de Salman como “horríveis”. Na última semana, ela visitou o Catar e afirmou que irá assistir a Copa do Mundo depois de receber “garantias de segurança” do primeiro-ministro catari para os torcedores LGBT+. A comissária de direitos humanos do governo alemão, Luise Amtsberg, não participou da viagem.

A Copa do Mundo do Catar começa no dia 20 de novembro, com o duelo entre a seleção anfitriã com o Equador. O Brasil estreia no dia 24, contra a Sérvia. A final está marcada para o dia 18 de dezembro.

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Fonte: Estadão