A articulação que busca emplacar o ex-governador Júlio Campos (DEM), como candidato a vice numa eventual chapa encabeçada pelo prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), tem o endosso, o aval e a simpatia do emedebista, embora, segundo o próprio chefe do Executivo Municipal, não tenha partido dele a iniciativa dessa costura política.
Júlio Campos transferiu seu domicílio eleitoral recentemente de Várzea Grande para Cuiabá, justamente com a intenção de se infiltrar nas articulações majoritárias de 2020 na Capital.
“Eles me perguntaram se eu dei autorização para articular e eu disse que, da minha parte está beleza. Aí, o Júlio acenou também, então eles estão conversando. O Faiad entrou agora, vai se reunir hoje com os republicanos e eu, de qualquer maneira, não acho isso ruim, não. Então, nada do que está acontecendo é do meu desconhecimento, eu só não estou participando diretamente dessa articulação”, afirmou o prefeito Emanuel, em entrevista exclusiva ao HNT/HiperNoticias.
O prefeito da Capital também apontou que Júlio Campos também está ciente, inclusive “ele esteve no meu gabinete anteontem e falou sobre isso”, disse.
A ideia central dessa costura é forçar o DEM a compor com o MDB na eventual candidatura à reeleição de Emanuel. Hoje, a ala histórica do democratas (com Júlio e Jayme Campos) se mostra simpática a uma composição em torno do projeto envolvendo o atual prefeito de Cuiabá.
Porém, os novatos da sigla, sob o comando do governador Mauro Mendes, são radicalmente contrários a essa aliança e, além disso, possuem a maioria na executiva municipal do partido.
“Se o DEM vier, assim fazendo um exercício de futurologia, quem vai ficar rachado é o grupo que não quer vir, porque o partido estaria aqui. Porque essa ala que quer vir, nunca escondeu essa vontade, nunca escondeu que está empolgada com a gestão”, emendou.
“Em uma corrente majoritária [do DEM], com o João Celestino que é o vice-presidente do partido e que esteve no meu gabinete na semana passada, assim com o Jayme, o Júlio, o Botelho, o Dilmar, enfim, é a corrente majoritária que quer fazer prevalecer o desejo da maioria. Agora, se essa minoria [grupo do governador] que é forte, não quer vir, pra nós não é novidade. Nenhum de nós está iludido que eles viriam, ou seja, se vier todo mundo será ótimo, se não, que venham os que estão aplaudindo a gestão”, avaliou Emanuel.
O prefeito fez questão de enaltecer que o grupo partidário que apoia sua possível reeleição é composto por mais de 10 partidos e, por isso, o movimento pela sua reeleição tem se fortalecido.
“Em tese, pra nós,que somos esse grupo de 13 partidos, a gente não tem nem o DEM, então o que vier do DEM é lucro. Ou seja, se vier a ala histórica, que é forte tradicionalmente e eleitoralmente, nossa senhora, é bom demais, é maravilhoso”, elogiou.
Sobre a inserção de Júlio Campos nesse cenário de articulações, Pinheiro se diz lisonjeado por ter “nomes e partidos de peso” querendo indicar o nome do vice.
”Sendo eu o candidato a prefeito, vários nomes já se colocam. Agora surgiu o Júlio Campos, mas também tem o do [José Roberto] Stopa, pelo PV, tem o do Vanderlúcio [Rodrigues], indicado pelo PP; tem a do Misael Galvão, que está indo para o PTB; tem a do [vereador tucano] Adevair Cabral; tem a do Juarez Samaniego que está prestes a se filiar ao Republicanos [antigo PRB] então assim, graças a Deus, temos muitos nomes de vários partidos querendo a vice, e todos de peso, me sinto privilegiado”, declarou Emanuel, ponderando que apenas tem acompanhado tudo a certa distância, pra não permitir que essas discussões “contaminem a gestão”.
Fonte: Hipernotícias