O ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Riva, está trabalhando como corretor de imóveis em Cuiabá.
O novo trabalho do ex-parlamentar foi revelado pela filha, a deputada estadual Janaina Riva (MDB), em uma foto publicado no Instagram, nesta segunda-feira (28). “Visitando o novo emprego do meu pai”, escreveu Janaina na postagem.
O RepórterMT apurou que ele está trabalhando na imobiliária W. Costa Campos, localizada no Bairro Bosque da Saúde.
Delator premiado, Riva cumpre prisão em regime semiaberto desde setembro deste ano e, como condicionante, a Justiça determinou que ele arrumasse um emprego lícito, sob pena de voltar ao regime fechado.
Na decisão, o juiz Geraldo Fidelis, da 2ª Vara Criminal de Cuiabá, estipulou prazo de 30 dias para que Riva arrumasse um emprego. Ele foi autorizado, inclusive, a sair de casa nos 7 primeiros dias para conseguir o trabalho.
Ainda na decisão, o magistrado manteve Riva sob monitoramento de tornozeleira eletrônica e o proibiu de se mudar de casa sem autorização judicial; se ausentar das Comarcas de Cuiabá e Várzea Grande; frequentar prostíbulos, casa de jogos, bocas de fumo e similares; portar armas brancas ou de fogo; ingerir bebida alcoólica; e se envolver em qualquer tipo de infração penal.
O juiz ainda proibiu que o ex-parlamentar saia de casa entre as 22h e 6h. Esse horário só poderá ser ultrapassado via autorização judicial, desde que comprovado ser destinado ao trabalho, cursos e cultos religiosos.
Riva firmou acordo de colaboração com o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual (MPE), em dezembro de 2019.
Ao todo, ele aceitou devolver R$ 92 milhões divididos em oito parcelas aos cofres públicos. Antes de entrar no semiaberto, cumpriu dois anos de prisão domiciliar.
O conteúdo da delação está sob sigilo. No entanto, um suposto aditamento do acordo de colaboração do ex-deputado veio a público, no qual Riva revelou o pagamento de propinas milionárias a 38 parlamentares e ex-parlamentares ao longo dos 20 anos em que esteve no comando do Legislativo.
Neste período, pagamentos ilícitos teriam chegado a R$ 175,7 milhões. Antes da delação, Riva havia sido condenado pela Justiça a 62 anos de prisão.
Fonte: Repórter MT