Não importa o modelo, cor, tamanho ou a marca, se é um Iphone ou minicelular, para o crime organizado, o celular é um instrumento para continuar dando as cartas para os membros da facção que estão nas ruas, controlando o tráfico e dando ordens de “salve”. Por isso, pagam em média R$ 15 mil por aparelho na Penitenciária Central do Estado (PCE), onde estão presas as maiores lideranças do Comando Vermelho em Mato Grosso.
Com a pandemia, a principal forma de entrada é por drones. A Polícia Penal da PCE conseguiu somente este ano evitar a entrada de 140 celulares por este meio, dando um prejuízo de R$ 2,1 milhões ao crime organizado. Fora a tomada de 25 drones apreendidos em 2021, que têm um custo médio de R$ 13 mil. Mais um ataque de R$ 325 mil para contabilidade dos criminosos.
Outra forma de entrar com celulares é tentando corromper servidores. No dia 30 de abril, uma servidora da área da Saúde foi flagrada tentando repassar um celular para Sandro Louco, um dos líderes do Comando Vermelho. Ela escondeu o microcelular em um tubo de pomada. O esquema foi descoberto por meio de denúncia anônima.
“O celular, independente do modelo, tem um valor de R$ 15 mil. Os criminosos pagam por isso para tentar manter o controle sobre as organizações e dar ordens para quem está do lado de fora. Mas nosso papel é evitar qualquer tipo de comunicação que não estejam previstos na Lei de Execução Penal”, destacou o diretor da PCE, Lindomar Rocha.
O secretário adjunto de Administração Penitenciária, Jean Gonçalves, destaca que a PCE assim como a Penitenciária da Mata Grande, em Rondonópolis, são as que têm maior incidência de uso de drones por criminosos. “Temos investidos em técnicas e tecnologias para inibir esse tipo de ocorrência”.
Policiais penais da Penitenciária Central de Cuiabá passaram a adotar uma nova forma de realizar rondas e fiscalizações em torno da unidade. Além da vigia nas torres e por viatura, passaram a usar três drones apreendidos de criminosos para promover a segurança da unidade.
Em julho, policiais penais da unidade passaram por capacitação do curso de “Operação de aeronave remotamente pilotada – drone – asa rotativa”, promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT).
Com duração de 24 horas/aula, os agentes foram instruídos em diversos aspectos teóricos e práticos de um drone, como legislação, aplicabilidade do drone, manuseio, manutenção básica, cuidados com a bateria, carga e descarga, além da parte operacional.